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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Togas canalhas e a ministra Eliana Calmon


Veste talar (até o talo)
Veste talar (até o talo)

Um juiz paulista postulou a antecipação de parte do seu crédito junto ao Tribunal de Justiça para cobrir despesas médicas e correlatas em face de uma delicada e cara cirurgia a que se submeteria seu pai.
 
O referido magistrado, –que recebia em módicas parcelas um crédito induvidoso e reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal–, solicitou, dada a emergência e a necessidade de tratar o genitor pela forma recomendada pelos médicos, o adiantamento da quantia de R$ 40 mil.
O pedido de antecipação foi instruído com contratos a especificar detalhadamente as despesas e de modo a não deixar dúvida sobre a destinação e o valor de todas elas.
Uma Comissão de Desembargadores foi formada para analisar o pedido do juiz, dos quadros da inferior instância.
A comissão indeferiu o pedido. Mas o juiz acabou por descobrir que essa Comissão de Desembargadores, em causa própria e sem motivação (os seus genitores não têm câncer para uma cirurgia de emergência), deferiu o levantamento total e substancial dos seus créditos. De uma vez só.
O centenário de nascimento do saudoso e genial Nelson Rodrigues ocorrerá  em agosto próximo. A propósito de Nelson Rodrigues, conta-se que ele teria feito uma gozação com Otto Lara Rezende ao lhe atribuir um dito: “mineiro só é solidário no câncer”.
Pelo episódio relatado do indeferimento, podemos dizer que alguns desembargadores não são solidários nem no câncer. Mais ainda, deram um toque canalha às suas togas, ou melhor, vestes talares pois cumpridas até o talo.
Pano rápido. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cuja eminente corregedora é a ministra Eliana Calmon, ainda não foi informado do acontecido.
Sobre esse caso que batizei de Togas Canalhas, a revista Carta Capital, que chegará às bancas nesta sexta-feira (3), dará os detalhes e os nomes que o atual Corregedor-Geral, desembargador Renato Nalini, não quer declinar.

–Wálter Fanganiello Maierovitch–

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