“A opinião pública não precisa ser consultada, nós sabemos a resposta da opinião pública” - Cezar Peluso
Com o voto favorável de dez conselheiros, o Conselho Nacional de
Justiça aprovou nesta terça-feira (14/2) a abertura de uma consulta
pública sobre resolução proposta pela corregedora nacional de Justiça,
ministra Eliana Calmon, proibindo magistrados de participarem de eventos
patrocinados por empresas privadas em hotéis e resorts de luxo.
“Há uma dificuldade para o magistrado em detectar quais são os
patrocinadores de um determinado evento e isso começa a desgastar o
Poder Judiciário. Elaboramos essa sugestão de resolução como forma de
responder a estes questionamentos e também aos magistrados que procuram a
Corregedoria em busca de orientação”, justificou a ministra Eliana
Calmon.
Segundo informa o repórter Leandro Colon, na Folha,
além de se posicionar contra a resolução, o presidente do CNJ, ministro
Cezar Peluso, defendeu que só tribunais sejam ouvidos na consulta.
“A opinião pública não precisa ser consultada, nós sabemos a resposta da opinião pública”, disse.
“Não se trata de controle. Trata-se de problema ético da
magistratura. Talvez a resolução seja uma forma de resguardar”, afirmou
Eliana Calmon.
Segundo membros do conselho, resolução específica do CNJ tem poder
político de ação maior que uma simples alteração, pelo mesmo conselho,
de trechos do Código de Ética da magistratura.
A assessoria de imprensa do CNJ informa que a possibilidade de serem
editadas novas normas para regulamentar a participação de magistrados em
eventos patrocinados causou divergência entre os conselheiros. Pelo
menos cinco se manifestaram contrários à edição da Resolução: o ministro
Carlos Alberto Reis de Paula, os desembargadores Tourinho Neto, José
Roberto Neves Amorim e Ney José de Freitas, e o conselheiro José Lúcio
Munhoz. O conselheiro José Roberto Neves Amorim, no entanto, se
manifestou favorável à realização da consulta pública, proposta pelo
conselheiro Wellington Saraiva.
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