Em
novembro de 2008, a TVE (Espanha) exibiu um documentário intitulado “A
ordem criminosa do mundo”. Nele, Eduardo Galeano, Jean Ziegler e outras
personalidades mundiais falam sobre a transformação da ordem
capitalista mundial em um esquema mortífero e criminoso para milhões de
pessoas em todo o mundo. Mais de três anos depois, o documentário
permanece mais atual do que nunca, com alguns traços antecipatórios da
crise que viria atingir em cheio também a Europa. Reproduzimos aqui o
vídeo, legendado em português, e algumas das principais afirmações de
Galeano e Ziegler:
“Os verdadeiros donos do mundo hoje são invisíveis”
“Os
verdadeiros donos do mundo hoje são invisíveis. Não estão submetidos a
nenhum controle social, sindical, parlamentar. São homens nas sombras
que procuram o governo do mundo. Atrás dos Estados, atrás das
organizações internacionais, há um governo oligárquico, de muito poucas
pessoas, mas que exercem um controle social sobre a humanidade, como
jamais Papa algum, Imperador ou Rei teve”. (Jean Ziegler)
“O atual sistema universal de poder converteu o mundo num manicômio e num matadouro” (Eduardo Galeano).
“A globalização é uma grande mentira”
“O
capital financeiro percorre o planeta 24 horas por dia com um único
objetivo: buscar o lucro máximo. A globalização é uma grande mentira. Os
donos do grande capital que dirigem o mecanismo da globalização dizem:
Vamos criar economias unificadas pelo mundo inteiro e assim todos
poderão desfrutar de riqueza e de progresso. O que existe, na verdade, é
de uma economia de arquipélagos que a globalização criou” (Jean
Ziegler).
“Há três organizações muito poderosas que regulam os
acontecimentos econômicos: Banco Mundial, FMI e OMC; são os bombeiros
piromaníacos. Elas são, fundamentalmente, organizações mercenárias da
oligarquia do capital financeiro invisível mundial” (Jean Ziegler).
“Eu não creio que se possa lutar contra a pobreza e criar uma estratégia de luta contra a pobreza sem lutar contra a riqueza, contra os ricos, pois os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres” (José Collado, Missionário em Níger).
“Todos os dias neste planeta, segundo a FAO, 100 mil pessoas morrem de fome ou por causa de suas consequências imediatas” (Jean Ziegler).
“Eu não creio que se possa lutar contra a pobreza e criar uma estratégia de luta contra a pobreza sem lutar contra a riqueza, contra os ricos, pois os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres” (José Collado, Missionário em Níger).
“Todos os dias neste planeta, segundo a FAO, 100 mil pessoas morrem de fome ou por causa de suas consequências imediatas” (Jean Ziegler).
“O dicionário também foi assassinado”
“Hoje
as torturas são chamadas de “procedimento legal”, a traição se chama
“realismo”, o oportunismo se chama “pragmatismo”, o imperialismo se
chama “globalização” e as vítimas do imperialismo, “países em vias de
desenvolvimento. O dicionário também foi assassinado pela organização
criminosa do mundo. As palavras já não dizem o que dizem, ou não sabemos
o que dizem” (Eduardo Galeano).
“Se hoje eu digo que faz falta uma rebelião, uma revolução, um desmoronamento, uma mudança total desta ordem mortífera e absurda do mundo, simplesmente estou sendo fiel á tradição mais íntima, mais sagrada da nossa civilização ocidental. O nosso dever primordial hoje deve ser reconquistar a mentalidade simbólica e dizer que a ordem mundial, tal como está, é criminosa. Ela é frontalmente contrária aos direitos do homem e aos textos fundacionais das nossas civilizações ocidentais” (Jean Ziegler).
“Se hoje eu digo que faz falta uma rebelião, uma revolução, um desmoronamento, uma mudança total desta ordem mortífera e absurda do mundo, simplesmente estou sendo fiel á tradição mais íntima, mais sagrada da nossa civilização ocidental. O nosso dever primordial hoje deve ser reconquistar a mentalidade simbólica e dizer que a ordem mundial, tal como está, é criminosa. Ela é frontalmente contrária aos direitos do homem e aos textos fundacionais das nossas civilizações ocidentais” (Jean Ziegler).
“Se houvesse uma só morte por fome em Paris , haveria uma revolta”
“A
primeira coisa que devemos fazer é olhar para a situação de frente e
não considerar como normal e natural a destruição, por exemplo, de 36
milhões de pessoas por culpa da fome e da desnutrição. Se houvesse uma
só morte por fome em Paris haveria uma revolta. De nenhum modo devemos
permitir que as grandes organizações de comunicação nos intimidem, nem
as fábricas das teorias neoliberais das grandes corporações, pois todas
as corporações se ocupam, primeiro, de controlar as consciências, de
controlar como podem a imprensa e o debate público” (Jean Ziegler).
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