Tribunal de Justiça paulista fez o adiantamento para desembargador arrumar apartamento
09 de janeiro de 2012
Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo
Chuva de verão foi a justificativa que o desembargador
Celso Luiz Limongi usou para solicitar pagamento adiantado do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em 2010. O temporal, argumentou o
magistrado, alagou sua cobertura no bairro do Campo Belo, na zona Sul.
Ele resgatou R$ 150 mil na ocasião, recurso que afirma ter usado para
cobrir despesas com reparos no apartamento. Hoje aposentado, ele
calcula que ainda tem créditos a receber da corte superiores a R$ 1
milhão, especialmente de férias.
"Não parava de chover, foi uma violenta tempestade que inundou tudo e
apodreceu até os guarda-roupas de dois dormitórios", conta Limongi, que
entre 2006 e 2007 presidiu o TJ paulista, maior corte do País, reduto
da resistência ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na semana passada, a presidência do TJ divulgou que entre 2006 e 2010
dois desembargadores receberam R$ 1 milhão cada por meio de pagamento
antecipado, modelo de desembolso que está sob suspeita do CNJ.
O TJ não revelou os nomes dos beneficiários. Apenas citou que tais
liberações se deram naquele período de cinco anos, quando a corte foi
dirigida sucessivamente por Limongi, Roberto Vallim Bellocchi e Antonio
Carlos Vianna Santos, que morreu há um ano.
Os supercontracheques dos magistrados são construídos a partir de
acúmulo de períodos de férias em aberto, compensações por atraso na
concessão de auxílio-moradia e outras vantagens que os tribunais
oferecem.
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