Roberto Bellocchi diz que tinha direito a receber recursos da corte, mas não quis comentar valores UIRÁ MACHADO
O desembargador Roberto Bellocchi, ex-presidente do Tribunal de Justiça
de São Paulo, aprovou para si próprio um pagamento milionário, aponta
investigação conduzida pela corte paulista.
Segundo a Folha apurou, Bellocchi recebeu cerca de R$ 1,5 milhão no biênio 2008-2009, quando presidiu o TJ.
De acordo com a investigação, o valor é o maior benefício pago pelo tribunal a um único desembargador.
Bellocchi, hoje aposentado, afirma que os recursos eram créditos a que
tinha direito. Ele não quis, porém, comentar o valor recebido, mas diz
que o fato de ser presidente à época dos pagamentos não retira sua
legitimidade.
Em reportagem publicada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo",
Bellocchi diz ter recebido "500 e poucos mil" para quitar dívidas.
Questionado sobre a legitimidade do pagamento, o atual presidente do TJ,
Ivan Sartori, disse que não comentaria o caso, mas lembrou que o
tribunal deve recursos a magistrados e servidores.
"São créditos acumulados por circunstâncias funcionais: férias não pagas, licença-prêmio e auxílio-moradia", afirma Sartori.
O TJ, que possui uma folha com cerca de 60 mil pagamentos mensais, tem
uma dívida com servidores e magistrados que supera os R$ 3 bilhões,
segundo a assessoria da presidência da corte.
A dívida é em regra paga em pequenas parcelas mensais, mas há situações
em que o presidente do TJ, após pedido do magistrado e avaliação da
Comissão de Orçamento, aprova uma verba maior.
"Em tese, são casos de doença ou alguma desgraça extraordinária", diz
Sartori. "E desde que o magistrado tenha direito ao crédito, que seja um
pedido bem fundamentado e com um valor proporcional", completa.
Além de Bellocchi, outros 28 magistrados têm pagamentos investigados. Do
total, quatro seriam casos mais graves, porque os valores são mais
elevados, e as justificativas, mais frágeis. Outros 25 seriam mais
legítimos.
O caso de Bellocchi, segundo a Folha apurou, está na lista dos mais suspeitos.
Já o desembargador Celso Limongi, que presidiu o TJ no biênio 2006-2007 e recebeu cerca de R$ 200 mil, está no segundo grupo.
Outros que receberam os benefícios são os ministros do Supremo Tribunal
Federal Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski. Ex-desembargadores do TJ-SP,
os pagamentos aos dois não estão entre os investigados.
No TJ, os benefícios excepcionais têm gerado desconforto entre os magistrados.
Embora os recursos sejam devidos e saiam da rubrica
"subsídios-indenizações", superpagamentos quebram o princípio
constitucional da isonomia, pelo qual todos devem ter tratamento igual.
Já há no tribunal quem afirme que os pagamentos que beneficiaram alguns
desembargadores fizeram com que os demais acabassem recebendo menos.
Ao receber sua Carteira da OAB durante a sessão do Conselho Seccional, o
ex-presidente do TJ-SP , Roberto Antonio Vallim Bellocchi, disse que
começava na advocacia para ajudar no que pudesse, principalmente na luta
pelo pagamento dos precatórios.
D'Urso e Ophir fizeram a entrega da Carteira de Advogado a Bellocchi.
Vallim Bellocchi recebeu sua
Carteira de advogado das mãos do presidente da OAB SP, Luiz Flávio
Borges D’Urso, e do presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir
Cavalcante, que visitava a Seccional.
D’Urso lembrou do bom
relacionamento entre a Ordem e Vallim Bellocchi , quando presidiu o
TJ-SP : “sempre foi um interlocutor atento, prestativo para atender
os pleitos da advocacia”. Destacou o primeiro contato com o então
presidente do Tribunal, recém empossado, em 2008 , tarde da noite para
tentar resolver um impasse criado por alguns cartórios que publicaram
milhares de intimações durante o recesso forense de final de ano,
fixado em Portaria. “ O presidente Bellocchi nos recebeu às 21 horas e
quando chamou um assessor para explicar as alternativas, que não
atendiam ao interesse da advocacia, falou – faça do jeito que o D’Urso
pediu e todas as intimações forem republicadas. Todas as vezes que
levamos um pleito ao Tribunal, esse foi o tratamento que nos foi dado,
sempre de respeito à advocacia e às prerrogativas profissionais”,
afirmou D’Urso.
O presidente do Conselho Federal,
Ophir Cavalcante, também deu as boas vindas a Bellocchi, lembrando ter o
ex-desembargador sempre demonstrado compromisso com a Justiça e a
Advocacia.
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Sindicato dos Servidores Públicos do Judiciário Estadual na Baixada Santista, Litoral e Vale do Ribeira do Estado de São Paulo
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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Ex-chefe do TJ-SP liberou R$ 1,5 mi para si próprio ... já não nos surpreendemos mais !
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