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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tribunal de Justiça de SP elege oposicionista para presidente


DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO 

Em uma reviravolta, o Tribunal de Justiça de São Paulo elegeu nesta quarta-feira como presidente o desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori para um mandato de dois anos (2012-2013).
Em uma eleição de dois turnos, ele bateu o atual presidente José Roberto Bedran por 164 votos a 147. "Sabia que havia uma disputa equilibrada", disse Sartori.
O colégio eleitoral é formado por 353 desembargadores. No primeiro turno, Sartori recebeu 148 votos, um a mais que Bedran.
Pela regra do tribunal, para que não houvesse segundo turno, um dos candidatos deveria receber mais da metade dos votos. A norma só vale para o primeiro turno.
A diferença aconteceu porque, no primeiro turno, foram 8 votos em branco, 5 nulos e 45 abstenções. Já, no segundo, foram 3 votos em branco, 2 nulos e 37 abstenções. 

FAVORITISMO
 
Até semana passada, Bedran era o favorito na disputa. No entanto, ele foi perdendo força porque em julho completa 70 anos e terá que se aposentar.
O ano no TJ-SP foi marcado por profundas mudanças. Em março, Bedran foi escolhido para um mandato-tampão após a morte de Antonio Carlos Viana Santos.
O atual presidente marcou sua administração pela edição, em março, de uma norma para punir os improdutivos. Três processos disciplinares foram abertos. A medida mexeu com os juízes, que agora julgaram 95,2% dos processos da meta 2.
Outro destaque foi a ideia de julgamento virtual para agilizar os processos.
Apesar disso, houve propostas corporativas da gestão como a sugestão de um delegado especial para juízes.
"Precisamos simplesmente reconstruir o Judiciário de São Paulo. Infelizmente nós não estamos dando conta diante da defasagem de nossa estrutura. Nossa estrutura está numa situação lamentável", disse o novo presidente.
Sartori afirma que é preciso rever a questão dos funcionários, das estruturas das varas e da digitalização dos processos.
"Temos que ter um planejamento de longo prazo. Vamos precisar de, no mínimo, cinco gestões para deixar esse tribunal em ordem", disse o desembargador.
Sartori é integrante da 13ª Câmara de Direito Público. Ele nasceu em 1957 em São Paulo, formou-se em 1979 da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie e ingressou na magistratura em 1980. Ele foi promovido a desembargador em 2005.

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