Companheiro trabalhador do Judiciário
Para conhecimento e posterior discussão com os colegas do seu setor,
informamos que a entidade que se auto denomina “Sindicato” e que
pretende ser o único representante da categoria está acionando o nosso SINTRAJUS perante a Justiça Trabalhista em Santos.
Entre diversas outras “pérolas” , a inicial proposta por aquela
entidade nos denomina “sindicato pirata”, nos qualifica entre as
inúmeras instituições sem lastro que são criadas tão somente com ânimo
divisionista, alega prejuízos por termos realizado uma legítima e
legal assembléia de servidores do judiciário em prol da organização
das lutas e em benefício da nossa vida profissional, aduzindo ainda
que nossa iniciativa vai contra o trabalho sério e classista que
alardeiam descaradamente realizar.
Apontam nominalmente o companheiro Hugo como “radical da extrema
esquerda que pretende se perpetuar no poder”, ignorando que este
companheiro foi duas vezes presidente da Assojubs e que no momento
exerce seu último mandato, agora secretário geral – tudo dentro das
previsões estatutárias daquela associação, ao passo que o pretenso
“sindicato único” tem o mesmo comandante há vinte (20) anos em
seguidos em ilimitados mandatos, regulados por um misterioso estatuto
do qual sequer se conhece publicamente o teor.
Pleiteiam liminarmente a suspensão da divulgação do SINTRAJUS
por quaisquer meios, a anulação de todos os atos já praticados por
nossa entidade e a suspensão imediata do nosso blog... por óbvio e como
não poderia deixar de ser, tudo isso ( e mais algumas coisas )
cobertas e recheadas por R$ 30.000,00 diários à título de multa em caso
de desobediência.
Tentam confundir nossa organização autônoma com a da ASSOJUBS, entidade
pela qual temos muito respeito, em particular por suas notórias
práticas democráticas e histórico inatacável de lutas.
Sem qualquer ligação real e possível, exigem mais R$ 500.000,00 a
título de "indenização" pelos danos que afirmam estar sofrendo – valor
este a ser cobrado da ASSOJUBS, também indicada pelo pretenso
“sindicato único” como ré no referido procedimento, pelo fato de alguns
dos seus diretores, militantes ou simpatizantes fazerem parte da
composição inicial do SINTRAJUS – em outras palavras, tentam
escorar-se no Judiciário com uma cartada desesperada que possibilite
permanecerem encastelados no seu sindicalismo vacilante, pequeno e
burocrático, atacando entre outras coisas o direito de todos à livre
associação.
Qualquer cidadão pode escolher o sindicato do qual quer participar como
também filiar-se a quantas associações for de seu agrado - trata-se
de cláusula pétrea em nosso ordenamento constitucional.
Como não podia deixar de ser, a liminar não foi concedida e será
apreciada tão somente após a audiência designada para o próximo dia 19
de Maio, nas dependências da 4a Vara Trabalhista de Santos.
A inicial é, ao nosso ver , longa , carente de nexo e de razão – segue
a mesma senda já velha conhecida de todos nós, em particular nos
momentos mais agudos da última greve, quando a reclamante se
notabilizou por muita gritaria para pouco ou nenhum conteúdo. Aliás
vale lembrar que nessa mesma greve, ante a ameaça de multa para sua
entidade e seus diretores, o tal “sindicato” simplesmente se retirou do
movimento, inclusive fazendo publicar edital nesse sentido em jornal
de grande circulação, oficializando dessa forma a própria fuga , tendo
abandonado os seus “representados” em praça pública e em meio à luta,
amparados nas próprias bases e em diversas associações, retornando de
maneira teatral e sem qualquer explicação mais de um mês após .
Não nos compete, entretanto analisar a petição do ponto de vista
legal, assunto a ser equacionado na instância apropriada e no dia
designado.
Nos compete sim, não obstante, algumas pequenas (mas não simplistas) considerações.
A entidade autora não nos surpreendeu, pelo contrário. Sempre
consideramos que a mesma e seu eterno comandante jamais mantiveram
quaisquer vínculos ou compromissos sérios com os trabalhadores da
Justiça Estadual paulista, sejam esses de ordem institucional – sua
mera obrigação, jamais realizada e muito menos, é claro, no plano
ideológico.
Não sabem nem saberão jamais o quê são, mas tão somente a que vieram.
Não possuem qualquer raiz.
Ignora-se como e onde nasceram.
É uma incógnita para todos a assembléia geral de trabalhadores que os pariu.
Um doce a quem fizer publicar uma mísera foto do momento de sua criação.
Seu sítio na internet não divulga sequer o estatuto sobre o qual se reafirmam “sindicato”.
Mas nós todos sabemos a que senhor aquele grupo serve.
E exatamente por isso recusamos ser representados pelo mesmo.
Não queremos ser confundidos.
Jamais.
A leitura da peça inaugural do processo que noticiamos é quase que
obrigatória para todos aqueles que desejam conhecer mais intimamente a
tal entidade. Sem rodeios vai direto ao que lhe interessa – indenização. Sem rubor, escancara ser visceralmente contrária à organização da categoria pelas bases - jamais duvidamos disso, aliás.
Por consequencia, deixa bastante claro que faz feroz oposição a
qualquer tentativa de fortalecer ou melhorar os serviços públicos a
partir do crescimento profissional e mesmo pessoal de seus funcionários
- mas também já sabíamos disso.
Sem eira nem beira, exige espantosa quantia a ser, sugestivamente,
suportada por apenas uma das rés, a ASSOJUBS. Deduziram muito
espertamente que o nosso SINTRAJUS ainda não possui patrimônio o bastante para saciar o seu apetite cetáceo.
Pois bem, o que nos falta em patrimônio material está reservado na esfera moral - e aí o temos de sobra.
Em três pequenos meses, e com todas as dificuldades materiais e de divulgação, chegamos próximos a 450 sindicalizados.
Demonstração inequívoca de confiança.
Mais outros três meses e seremos mil.
Depois dois mil e a seguir três mil.
Números que seguramente devem estar tirando o sono dos arautos do
sindicalismo espertalhão, demagogo e de conveniência praticado por
aquele agrupamento, do qual sequer se conhece o número de associados -
nem mesmo, portanto, a quem de fato representam.
Um sindicalismo que esperamos estar com os dias contados.
Da
nossa parte apenas um recado ao Sr. "Presidente Eterno" - confiamos
na Justiça e ela será realizada , já nesse mesmo processo com o qual
nos presentearam.
- Prepare-se portanto , caríssimo colega , para voltar a cumprir mandados...
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