Senadora que perderá vaga para Jader acusa presidente do STF de ceder à pressão do PMDB e "golpear" Lei da Ficha Limpa
Mariana Jungmann, da Agência Brasil
A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) prometeu entrar com um recurso no
Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a posse de Jader
Barbalho (PMDB-PA) no Senado. Ela estranhou o fato de a decisão em favor
de Jader Barbalho ter sido tomada por apenas um ministro, o presidente
do Supremo, Cezar Peluso, mesmo sem o processo estar na pauta do dia na
Corte. Marinor acusou o presidente do STF de ter cedido a pressões do
PMDB.
“Enquanto não houver conclusão do processo, enquanto ainda houver
possibilidade de recurso, eu tenho o direito de permanecer no Senado
Federal e vou lutar até quando as pernas aguentarem para manter aqui uma
representante do povo, de mãos limpas”, disse a senadora, fazendo
referência à lei que barrou a posse de Jader Barbalho, candidato ao
Senado mais votado no Pará nas últimas eleições legislativas.
O segundo mais votado, Paulo Rocha, também foi impedido de assumir o
cargo pela mesma lei e Marinor Brito, terceira colocada no pleito,
acabou herdando a vaga. Com a decisão do STF de que a Lei da Ficha Limpa
não poderia ser aplicada aos candidatos que disputaram as últimas
eleições, Jader entrou com pedido para assumir a vaga de senador e foi
atendido, hoje (14), por Peluso.
“É um golpe antecipado na [Lei da] Ficha Limpa e a responsabilidade
desse golpe é do ministro Peluso, do presidente da Suprema Corte do
país, que passou por cima de uma decisão anunciada por ele mesmo, que
passou por cima de uma longa discussão que esse debate teve no Senado
Federal. Ele sabe que a Suprema Corte do país está dividida e tomou uma
decisão unilateral, para privilegiar interesses das pressões feitas pelo
PMDB”, disse Marinor Brito.
A decisão favorável a Jader Barbalho vinha sendo cobrada pelas
lideranças do PMDB no Senado porque dois senadores barrados pela Lei da
Ficha Limpa, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e João Capiberibe (PSB-AP), já
tomaram posse no Senado.
Apesar da decisão do STF, Jader Barbalho ainda terá que esperar mais
algum tempo para assumir a cadeira no Senado. Se o Supremo não acatar os
recursos de Marinor Brito, um novo processo precisará ser aberto na
Mesa Diretora do Senado para que Jader possa pedir a vaga. Nesse
processo, a senadora também terá o direito de ser ouvida.
(Agência Brasil)
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