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quinta-feira, 15 de março de 2012

Mercadante quer votação do PNE ainda neste semestre


PNE deveria vigorar desde 2011. O maior debate em torno do tema se diz respeito à meta do financiamento público do setor. No ano passado as discussões foram prorrogadas duas vezes, agora, Mercadante sinaliza que o Plano é prioridade do governo. 
 

Na manhã desta quarta-feira, 14/03, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, participou de reunião conjunta entre a Comissão de Educação e Cultura e a Comissão Especial do Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10). Cleomar Manhas, assessora política do Inesc, acompanhou essa primeira apresentação do ministro para o Parlamento. Segundo ela, Mercadante afirmou que a Câmara terá todo o apoio do Ministério para a aprovação do PNE ainda no primeiro semestre deste ano. “Precisamos construir um pacto suprapartidário em torno das diretrizes da educação antes que haja desmobilização em razão das eleições do segundo semestre”, disse o Ministro.


O texto substitutivo do PNE já deveria estar em vigor, mas o Governo Federal só apresentou a proposta ao Congresso Nacional no final de 2010, quando já não era possível funcionar em 2011. No ano passado, as discussões foram prorrogadas duas vezes. Segundo o relator da proposta, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), a demora de todo o processo se deu devido ao grande número de sugestões de emendas.
O maior debate em torno do tema se diz respeito à meta de financiamento público do setor. Atualmente, o total aplicado pela União, estados e municípios soma pouco mais que 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área. No último texto do PNE, o governo havia sugerido aumento de 2% em dez anos, o que totalizaria 7% no PNE vigente de 2011 a 2020. No entanto, entidades da sociedade civil pedem um mínimo de 10% de investimento. Vanhoni fixou, em seu relatório, uma meta intermediária de 8% com inclusão de gastos indiretos, o que deixaria, basicamente, os mesmos 7% para investimentos na educação.
Na reunião de hoje, o ministro da educação não tratou especificamente do financiamento para a educação, mas apresentou propostas como: o aumento de creches, aperfeiçoamento do IDEB, maior investimento na educação no campo, reajuste salarial dos professores, investimento em tecnologia para os professores, entre outros.
Para Cleomar Manhas, o fato do ministro afirmar que o projeto será votado ainda no primeiro semestre é muito relevante.  "Sinaliza que o PNE ainda é prioridade do governo, pois, pela demora, o que está aparentando para a sociedade em geral é que não há esforço algum por parte do Executivo em aprovar o Plano e ampliar o investimento em educação".
Veja aqui os principais assuntos abordados pelo o ministro na reunião
Educação Infantil: até 2012 serão construídas 1500 novas creches e 4050 estão contratadas, o que significa que parte dos recursos para construção já foram disponibilizados, são recursos do PAC II. No entanto, o ministro ressalta que os processos licitatórios são lentos e apenas 292 creches, dessas novas, estão em funcionamento até agora. O Ministério estará acompanhando todo o processo, mas o ministro relata que há uma dificuldade operacional real por parte da maioria das prefeituras.
Ensino Fundamental: Mercadante afirma que as matrículas estão em 95% do universo, mas ele diz que quanto mais próximo dos 100% mais difícil atingir o teto.
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB): O ministro acredita que houve avanço no IDEB, mas ainda há muita desigualdade, enquanto no sul apenas 5% das crianças até 8 anos, na escola, não foram alfabetizadas, no nordeste o índice sobe para 25% das crianças. “A alfabetização na idade certa é prioridade na minha gestão”, disse Mercadante. Segundo ele, a formação de professores entra neste esforço, com possibilidade de os estudantes de pedagogia e licenciaturas fazerem estágio nas melhores escolas, no programa escola sem fronteira. Prevê o aperfeiçoamento do IDEB, acrescentando ciências na avaliação. A educação em tempo integral é prioridade, com incentivo as artes em geral e esportes em parceria com ministério do esporte.
Educação no campo: A educação no campo foi colocada também como prioridade. Com valorização da cultura local, com material didático e pedagógico específico para o campo. Será criada a escola da terra e quilombola, também específica. Será lançado o pronatec campo (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) em parceria com a Embrapa. Os professores das escolas multiseriadas terão formação específica. Os prefeitos que quiserem fechar as escolas no campo terão de explicar o motivo. O ministério irá fomentar escolas em tempo integral no campo. A sua palavra é valorização da população do campo com respeito da cultura local.
Ensino Médio: Reformulação do currículo do ensino médio, em parceria com estados. Criar o portal do professor com 15.000 aulas para os professores pesquisarem. Os professores de ensino médio irão ganhar tablets com aulas digitalizadas. Mercadante afirma que haverá capacitação para utilização de novas tecnologias. “Os alunos são nativos digitais e os professores precisam se digitalizar, darem aulas mais criativas”, afirma. Serão distribuídos painéis interativos para aulas interativas. Ele acredita que a escola tem de estar conectada com as novas tecnologias para não criarmos um apartheid digital no país. O ministro ressaltou que críticas à proposta de informatização, distribuição de tablets são preconceituosos, pois os professores precisam estar à frente dos  avanços tecnológicos.
Salário dos professores: Com relação ao piso, para alguns estados a solução é reformulação da carreira para estarem de acordo com o piso salarial. Ele defendeu que “os reajustes precisam ser significativos para atrair para a carreira os melhores profissionais, sem isso não se melhora a qualidade da educação. Todos os entes federativos precisam participar do esforço de melhoria do piso salarial”.
Analfabetismo: Com relação ao analfabetismo o ministro diz que não é fácil atingir a população analfabeta, pois a maioria está no campo. Ele espera atingir 1,5 milhão de analfabetos, mas não diz se os programas terão conexão com a Educação de Jovens e Adultos para a formação continuada.
Pronatec: criação de 150 mil vagas para pessoas com deficiência das 8 milhões de vagas gerais.
ENEN: O Ministro diz que o ENEN é um imenso esforço logístico, precisam percorrer mais de 10 mil rotas para as provas chegarem no mesmo horário, para 5 milhões de estudantes receberem a prova no mesmo horário. São 1200 itens a serem checados para não haver problemas. O imbróglio também está no banco de questões, é preciso ampliar significativamente o banco, para que a segurança seja garantida. A redação também é problema, para isso ele está dizendo que farão uma banca mais rigorosa. Mercadante, portanto, afirma que o ENEM é a porta republicana para o ingresso no Reuni, no Prouni, no Ciência sem Fronteiras. É uma regra única para acesso às universidades e bolsas de estudo.
Ensino Superior: Construção de quatro universidades, além da expansão de outros campus.

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