Por Rogério Barbosa
Os pagamentos de atrasados feitos de forma desordenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo culminaram com a saída de todos os integrantes da atual Comissão de Orçamento, Planejamento e Finanças. O motivo da saída dos desembargadores seriam divergências entre os membros da comissão e a presidência do TJ. Os desembargadores Ricardo Mair Anafe, Marco Antonio de Lorenzi e Manoel Ricardo Rebello Pinho não teriam ficado satisfeitos com a forma com que o processo tem sido conduzido, principalmente com o vazamento de informações para a imprensa.
A saída dos desembargadores acontece a pedido dos próprios, e um dos principais motivos teriam sido as recentes publicações de informações sobre o processo que apura o pagamento de atrasados de forma privilegiada a alguns juízes e servidores. Os três desembargadores não queriam que houvesse a divulgação de nomes e valores.
O que também
teria irritado os membros da comissão é o fato de que algum
desembargador estaria fornecendo estas informações para a imprensa, em
especial para o jornal O Estado de S. Paulo, que na semana passada publicou uma planilha com nomes de desembargadores envolvidos e valores exatos.
Procurado pela ConJur,
o desembargador Ricardo Anafe disse "tratar-se de uma questão interna
do tribunal e, por isso, não vou comentá-lo". Manoel Ricardo Rebello
Pinho não foi localizado, mas sua assessoria de gabinete confirmou sua
saída. Marco Antonio de Lorenzi não foi encontrado para comentar o
assunto.
Por meio da assessoria de imprensa, o TJ-SP disse que se
trata de uma reestruturação administrativa e que novos desembargadores
deverão ocupar os cargos vagos. Os nomes dos desembargadores não foram
revelados, mas serão publicados no Diário Eletrônico da Justiça nesta
sexta-feira (16/3).
No caso de pagamentos atrasados, a Comissão de
Orçamento, Planejamento e Finanças é responsável pela elaboração de um
parecer que é encaminhado ao Conselho Superior de Magistratura que
decide se os pagamentos serão efetuados ou não.
Atrasados
Dentre os cinco casos de pagamentos de atrasados considerados mais graves, três são de desembargadores que receberam enquanto eram integrantes da comissão. São eles: Fábio Gouvêa ,Tarcísio Ferreira Vianna Cotrim e Alceu Penteado Navarro. Fábio Gouvêa e Vianna Cotrim receberam R$ 600 mil cada um. Penteado Navarro, atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, R$ 400 mil. Os desembargadores afirmam que os pagamentos foram feitos dentro da legalidade, e que estão prestando os devidos esclarecimentos ao TJ.
Dentre os cinco casos de pagamentos de atrasados considerados mais graves, três são de desembargadores que receberam enquanto eram integrantes da comissão. São eles: Fábio Gouvêa ,Tarcísio Ferreira Vianna Cotrim e Alceu Penteado Navarro. Fábio Gouvêa e Vianna Cotrim receberam R$ 600 mil cada um. Penteado Navarro, atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, R$ 400 mil. Os desembargadores afirmam que os pagamentos foram feitos dentro da legalidade, e que estão prestando os devidos esclarecimentos ao TJ.
O Órgão Especial
do TJ-SP já está analisando o pagamento dos cinco casos considerados
mais graves e que somam mais de R$ 4,2 milhões. Conforme noticiado pela ConJur,
os maiores beneficiados com os pagamentos, além dos três ex-integrantes
da comissão, foram dois ex-presidentes: Roberto Vallim Bellocchi, que
recebeu R$ 1,5 milhão, e Antonio Carlos Vianna Santos, morto em janeiro,
que recebeu R$ 1 milhão.
O processo está aguardando as defesas e
também que o TJ-SP faça um levantamento dos servidores e assessores que
receberam os antecipados de forma privilegiada. O presidente do TJ-SP,
desembargador Ivan Sartori, já disse que há casos de servidores que
receberam até R$ 240 mil.
Estima-se que 300 juízes tenham tenham
recebido em desacordo com as regras do Tribunal paulista, que permite a
antecipação dos pagamentos apenas em casos de doença. Além dos cinco
casos mais graves, 24 juízes receberam entre R$ 100 mil e R$ 400 mil.
Entre os 300, a maioria recebeu valores inferiores a R$ 100 mil.
O
presidente do TJ tem reiterado em suas entrevistas que os pagamentos
adiantados, apesar de eticamente questionáveis, “não causaram lesão ao
erário, nem à sociedade, porque são créditos devidos aos juízes. Se há
algum prejudicado são outros desembargadores, já que outro recebeu
valores antes destes, quando não deveria”.
Sartori também já
afirmou que, a princípio, não houve nenhuma infração cometida pelos
juízes, desembargadores e servidores que receberam antecipadamente, e
que o tribunal está apenas fazendo um levantamento a fim de restaurar a
isonomia entre os que receberam pagamentos adiantados e os outros. Ele
ressaltou que caberá ao Órgão Especial analisar sobre o reconhecimento
ou não de improbidade administrativa ou outras infrações administrativas
nestes casos.
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