O parlamentar é contra a nomeação de pessoas de fora do judiciário
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Líder
da bancada do PSOL na ALESP, o deputado Carlos Giannazi argumentou que
só votará a favor do Projeto de Lei 179/2010 — que cria 2199 cargos de
assistentes judiciários (mas de forma comissionada nesta proposta
original) para auxiliar gabinetes de magistrados — se o mesmo for
alterado para ser preenchido por escreventes de
carreira.
“Não
há motivo algum para que os parlamentares votem e ajudem a promover, no
Tribunal de Justiça de São Paulo, a prática nefasta de se preencher
cargos em comissão, feita ao bel prazer dos juízes, que poderão nomear
pessoas de fora do judiciário favorecendo assim o compadrio, o nepotismo
cruzado, os interesses
pessoais e políticos em detrimento do justo preenchimento de cargos via
concurso”, tem argumentado o deputado nas discussões feitas na ALESP e
junto ao TJ.
Diante
de todas essas críticas ao projeto, o presidente do TJSP disse que
enviará uma propositura alterando o artigo 1º do PL para incorporar a
proposta defendida pelo parlamentar.
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Pronunciamento feito no dia 02 de março de 2012, 16ª Sessão Ordinária
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O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, nobre Deputado Marco
Aurélio, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de comentar aqui
pela tribuna, que o próprio Presidente do Tribunal de Justiça reconheceu
que houve o pagamento indevido de juros sobre as dívidas salariais, e
sobretudo sobre o auxílio moradia aos Desembargadores, à
Magistratura.
Então
todas aquelas denúncias de irregularidades do Poder Judiciário aqui de
São Paulo, eram pertinentes. Acompanhamos novas denúncias ocorridas a
cada semana e a cada mês sobre indícios de irregularidades no Tribunal
de Justiça. Essa questão é preocupante porque estamos acompanhando uma
verdadeira
contradição. No ano passado os Servidores do Judiciário fizeram uma
greve que durou 127 dias, motivada por seus salários aviltantes, por
trabalharem em condições precárias, serem vítimas de assédio moral e
sexual. Tanto é que durante o período de greve, tentamos instalar nesta
Casa uma CPI do Judiciário, com base nos documentos e dossiês que
recebemos das entidades represe ntativas dos servidores,
já denunciando todas essas irregularidades que vinham ocorrendo. Os
servidores já estavam denunciando o que vinha acontecendo em relação à
execução orçamentária do Poder Judiciário, da falta de transparência e
desses pagamentos indevidos à Magistratura.
O
mais incrível é que o Tribunal de Justiça paga além do que deveria
pagar à Magistratura com juros dobrados, no caso de auxílio moradia, já
citado, mas não paga as dívidas trabalhistas com os 40 mil servidores
que continuam sem receber o que tem direito - hora extra, férias
vencidas, licença
prêmio. Enfim, o TJ tem uma dívida de mais de dois bilhões de reais com
dívidas trabalhistas. Essa dívida não é paga, os servidores não têm
preferência no pagamento e, enquanto isso, a Magistratura se aproveita
da situação, principalmente com a falta de transparência porque não
temos acesso à execução orçamentária do Poder Judiciário.
Isso
é uma contradição porque aprovamos o Orçamento do Judiciário na
Assembleia Legislativa. Só que não fiscalizamos e é por isso que, a cada
semana, estamos assistindo, atônitos, às denúncias feitas. E muitas
delas por conta do brilhante trabalho da corregedora do Conselho
Nacional de Justiça,
Eliana Calmon, que fez um trabalho importante no sentido de democratizar
o Poder Judiciário e tentar trazer transparência para esse poder. Tanto
é que forças conservadoras queriam o retrocesso do Brasil e tentaram
calar a corregedora Eliana Calmon e acabar com as prerrogativas do
Conselho Nacional de Justiça. Mas essa fase foi vencida, a sociedade
brasileira venceu e quer a transpar ência do Poder Judiciário, que tem
sido muito criticado por
vários segmentos sociais. Há pesquisas dando conta do mau funcionamento,
da lentidão, da corrupção inclusive que ocorre dentro do Poder
Judiciário brasileiro.
É
por isso que nós, no ano passado, tentamos implantar uma CPI do
Judiciário para investigar todos esses casos que, repito, já foram
denunciados pelos servidores do Judiciário que conhecem a máquina
administrativa e as contradições internas da Magistratura. Defendemos,
assim, uma rigorosa apuração de todas
essas denúncias e o trabalho feito pelo Conselho Nacional de Justiça.
Espero que o TJ atenda agora às reivindicações do Judiciário, porque se
teve tanto dinheiro para pagar as indenizações aos desembargadores e ao
juiz, tem de ter dinheiro para cumprir a data-base salarial dos
servidores - já venceu agora no 1º de março -, pagar os atrasados e
todas as dívidas. São quase dois bilhões de reais a
dívida hoje do TJ com os servidores do Judiciário, que carregam a
Justiça nas costas. São eles que põem em prática o funcionamento da
Justiça no Estado de São Paulo, mas é a categoria mais massacrada e
abandonada dentro do próprio Poder Judiciário.
Exigimos
então que o TJ faça justiça porque tem dinheiro no TJ, embora ele
reclame que houve corte no Orçamento. E houve corte realmente e somos
contra. Apresentamos emendas para reconstituir o Orçamento original
enviado ao Palácio dos Bandeirantes, mas mesmo assim tem dinheiro.
Porque se o TJ pagou durante todos esses anos juros acima
do que era permitido nas indenizações da Magistratura. Se há denúncias
de salários e indenizações milionários em relação à Magistratura, por
que não tem dinheiro para cumprir a data-base dos servidores do Poder
Judiciário.
É
essa a nossa reivindicação e também de todos os servidores do
Judiciário e de toda a população do Estado de São Paulo. Queremos uma
Justiça que funcione, queremos mais fóruns, mais comarcas em todo o
Estado de São Paulo, e mais funcionários. Gostaria de dizer que temos um
projeto do TJ que foi
encaminhado no ano passado para a Assembleia Legislativa, criando mais
de dois mil cargos de assistentes jurídicos para os juízes. Nós, do
PSOL, só vamos aprovar este projeto se o Tribunal de Justiça enviar aqui
uma alteração ao projeto, pois como foi encaminhado, ele autoriza a
contratação desses assistentes sem terem passado por um concurso
público, somente pela livre nomeação. Isso é um absurdo.
Nós defendemos que esses cargos sejam ocupados pelos escreventes que são
concursados e devem ser nomeados nessas funções.
Não
votaremos esse projeto e o obstruiremos se ele não for alterado, pois
queremos que esses cargos sejam preenchidos por quem prestou o concurso
público. É isso que reza a nossa Constituição Federal. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
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Sindicato dos Servidores Públicos do Judiciário Estadual na Baixada Santista, Litoral e Vale do Ribeira do Estado de São Paulo
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quarta-feira, 7 de março de 2012
Deputado Giannazi cobra o TJSP para que os cargos de Assistente Jurídico sejam preenchidos pelos escreventes de carreira
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