FLÁVIO
FERREIRA
De
São Paulo
KÁTIA
BRASIL
De
Manaus
Presidentes
de Tribunais de Justiça se reuniram em Manaus em agenda que incluía
palestras e turismo. Presidente do TJ-AM não vê conflito de
interesses e afirma que evento ajuda a promover o Estado.
O
último encontro de presidentes de Tribunais de Justiça estaduais,
realizado em um hotel de luxo em Manaus no fim de semana retrasado,
teve despesas pagas pelo governo do Estado do Amazonas e pelo
Bradesco.
Na
programação do 91º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes
de Tribunais de Justiça não houve apenas palestras e reuniões, mas
também eventos sociais e de turismo, como um passeio em iate pelo
rio Negro.
Segundo
o presidente do TJ do Amazonas, João Simões, o encontro custou
cerca de R$ 200 mil. Simões não revelou quanto cada patrocinador
investiu, mas afirmou que o maior apoiador foi o governo estadual.
Dos
25 tribunais que enviaram representantes ao evento, 14 responderam à
Folha sobre como foram pagas as despesas de hospedagem, transporte e
alimentação dos presidentes, assessores e acompanhantes.
No
total, as cortes gastaram cerca de R$ 43 mil com a viagem de
magistrados ou assessores. Segundo as assessorias dos TJs, despesas
de acompanhantes foram pagas pelos próprios magistrados.
Na
primeira noite houve uma cerimônia de abertura e um jantar com
apresentação de danças folclóricas e cantores famosos na região.
No
dia seguinte, os presidentes dos TJs se reuniram no salão nobre do
hotel por cerca de oito horas, para discutir temas do Judiciário e
assistir a duas palestras, sobre o controle do Judiciário pelos
Tribunais de Contas e a gestão de preços em licitações.
Os acompanhantes dos magistrados fizeram um "city tour" por Manaus, incluindo uma visita a uma fábrica de relógios.
Os acompanhantes dos magistrados fizeram um "city tour" por Manaus, incluindo uma visita a uma fábrica de relógios.
No
sábado, a maior parte dos magistrados e acompanhantes fez um passeio
pelo rio Negro no iate de luxo Iana II, de três andares, que costuma
ser usado por artistas e políticos da região.
POLÊMICA
O Tribunal de Justiça do Amazonas e o Bradesco já foram protagonistas de uma polêmica no meio jurídico do Estado no ano passado.
O Tribunal de Justiça do Amazonas e o Bradesco já foram protagonistas de uma polêmica no meio jurídico do Estado no ano passado.
A
pedido do banco, o TJ-AM promoveu dois mutirões de conciliação
judicial em que 90% dos processos tinham como autor o próprio banco
ou empresas do grupo.
Esses
mutirões são períodos de esforço concentrado do Judiciário para
buscar entendimento entre as partes. Servidores dos tribunais
selecionam processos com chances de acordo e os submetem às
tentativas.
Segundo
a Associação dos Magistrados do Amazonas, ofício encaminhado pelo
TJ a juízes das varas cíveis e de registros públicos determinava
que apenas processos indicados pelo Bradesco fossem incluídos na
pauta de conciliação. O banco não quis se pronunciar sobre o caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário