Uma funcionária do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte
(TJ-RN), suspeita de participar de um desvio de R$ 20 milhões do órgão,
acusou dois desembargadores de envolvimento no esquema. Carla Ubarana
Leal, que trabalha desde 2007 na divisão de precatórios do tribunal,
disse que o dinheiro roubado foi dividido entre ela e dois
ex-presidentes do órgão. "Entreguei a desembargador Osvaldo Cruz e
entreguei a desembargador Rafael Godeiro", disse. O esquema usou vários
métodos para fazer o dinheiro sair da conta do tribunal, inclusive
pagando os chamados "laranjas". As informações são do programa Fantástico, da TV Globo.
A funcionária do TJ afirmou que ela e o marido, que também é acusado de
montar o golpe, gastaram parte do dinheiro comprando imóveis, fazendo
viagens e adquirindo bens. Em depoimento ao Ministério Público do Rio
Grande do Norte, Carla falou de uma mansão à beira-mar adquirida com a
verba desviada. "Ela (a casa) tem, como diz meu marido, mais de 2 mil²
só de grama". Segundo o procurador-geral do Estado, Luciano Ramos, o
dinheiro foi desviado por meio de precatórios. "O responsável por
autorizar estes pagamentos é o presidente do Tribunal de Justiça. E, à
época, eram justamente os dois desembargadores que foram afastados pelo
Superior Tribunal de Justiça (STJ): Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro",
disse Ramos. Procurados, os ex-presidentes do TJ-RN não quiseram falar
sobre o caso e negaram a acusação.
Como têm foro privilegiado, são
investigados em liberdade pelo STJ. Carla e o marido estão em prisão
domiciliar.
O casal e os laranjas respondem por peculato e formação de
quadrilha.
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