Brizola Neto toma
posse nesta quinta, às 11h. Sindicalistas querem que ele atue em
temas como terceirização, fator previdenciário e redução da
jornada.
Publicado
em 02/05/2012, 20:24
São
Paulo – Em duas horas de conversa com o futuro ministro
do Trabalho e Emprego, deputado
Brizola Neto,
que toma posse às 11h de amanhã (3), dirigentes da CUT expuseram as
principais reivindicações da central e defenderam que a pasta tenha
papel mais ativo nas decisões do governo, inclusive voltando a
debater a "pauta sindical" no Congresso. "Ele tem
clareza de que precisa retomar uma agenda positiva no ministério,
colocar no dia a dia questões do 'lado mais fraco' das relações
capital-trabalho”, afirmou o presidente nacional da CUT, Artur
Henrique, que participou da reunião de hoje (2) ao lado do
secretário de Finanças, Vagner Freitas, candidato à presidência
da central, que renovará sua direção em julho.
Para
Artur, o novo ministro precisará de “muita ajuda” das centrais.
Ele tem a expectativa de que
Brizola Neto recupere
as discussões sobre reforma sindical e trabalhista feitas durante o
Fórum Nacional do Trabalho, no início do primeiro governo Lula, que
incluíam questões controversas como organização sindical e fontes
de custeio das entidades. "Temos de retomar esse debate, que foi
feito longamente. Acho que, logo que tomar posse, ele deve assumir
essa responsabilidade."
Mas,
de imediato, os sindicalistas querem apoio para aprovar a Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 438, de combate ao trabalho escravo,
possivelmente na semana que vem. E também esperam que o ministro
ajude a destravar a "agenda dos trabalhadores" no
Parlamento, com temas como fator previdenciário, terceirização e
redução da jornada de trabalho. "Essa agenda está parada ou
com dificuldade de caminhar", comentou.
O
dirigente expôs outros itens da pauta, como saúde e segurança no
trabalho, a necessidade de um "debate de fôlego sobre
qualificação profissional, voltada para um projeto de
desenvolvimento de longo prazo", mecanismos e regras "para
fortalecer as entidades representativas e a negociação coletiva por
ramo". A CUT também quer discutir limitações ainda hoje
impostas às greves, como o recurso do interdito proibitório, além
do tratamento dado às greves por tribunais do trabalho.
Sobre
a indicação de um secretário-executivo para o Ministério do
Trabalho, Artur disse que não se falou em nomes, mas acrescentou que
essa discussão deverá ocorrer em breve. “Como ele (
Brizola Neto)
pretende não fazer um aparelhamento do ministério, imagino que essa
conversa aconteça depois da posse.” O presidente da CUT afirmou
estar de acordo com a permanência do assessor especial José Lopez
Feijóo na Secretaria Geral da Presidência, como adiantou ontem o
ministro Gilberto Carvalho. “Também achamos importante que ele
permaneça lá”, disse.
Desde
abril de 2007, quando Carlos Lupi tomou posse, o Ministério do
Trabalho está com o PDT, que também é o partido do presidente da
Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. No
final de 2011, Lupi deixou o cargo, que durante cinco meses foi
ocupado interinamente por Paulo Roberto Pinto. De janeiro de 2003 até
a posse de Lupi, o posto esteve sob o comando de nomes ligados ao PT
(Jaques Wagner, Ricardo Berzoini e Luiz Marinho).
Sobre
certa crise interna no PDT após a confirmação de
Brizola Neto no
ministério, Artur observou que o novo ministro "tem uma tarefa
de unidade partidária". E considera que o governo tem uma
atitude correta ao cobrar do partido que vote conjuntamente com o
Executivo, à medida que faz parte da base aliada. "É a vida
real que vai determinar as próximas ações."
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