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domingo, 17 de novembro de 2013

Pessoas negras ganham 63,9% menos que as não negras no mercado de trabalho

Adital
Foto: ReproduçãoQuase 130 anos depois da abolição da escravatura ainda persiste no Brasil uma forte desigualdade entre os rendimentos de pessoas negras e não negras. De acordo com o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicos (Dieese), que nesta quarta-feira, 13 de novembro, divulgou, em São Paulo, o estudo "Os negros nos mercados de trabalho metropolitanos”, apesar da melhora no mercado de trabalho dos últimos 10 anos, esse desnível de renda ainda é elevado.

O estudo "Os negros nos mercados de trabalho metropolitanos” destaca que nas áreas metropolitanas, os negros correspondem a 48,2% dos ocupados, mas, em média, recebem por seu trabalho 63,9% do que recebem os não negros. Ressalte-se ainda que a desvantagem registrada entre a remuneração de negros e não negros é pouco influenciada pela região analisada, horas trabalhadas ou setor de atividade da economia, ou seja, em qualquer perspectiva, os negros ganham menos do que os brancos.

O estudo aponta também que à medida que acrescentam anos de estudo a sua formação, pretos e pardos melhoram suas condições de remuneração, mas é nos patamares de maior escolaridade que se constatam as discrepâncias mais acentuadas de rendimentos entre negros e não negros. Na indústria metropolitana, o confronto de rendimentos-hora de trabalhadores com ensino superior completo indica que, em média, os ganhos dos negros ficam em R$ 17,39, enquanto os dos não negros ficam na ordem de R$ 29,03.

O Dieese apurou ainda que os negros ocupam os grupos ocupacionais de menor prestigio e valorização: Na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, enquanto 18,1% dos ocupados não negros alcançam cargos de Direção e Planejamento, apenas 3,7% dos negros chegam nesse patamar.


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