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segunda-feira, 17 de junho de 2013

As formas de lutas dos trabalhadores


De que tipo são as reivindicações dos trabalhadores atualmente? 

Para que servem os sindicatos? 

Expressam as reivindicações dos trabalhadores?

Reivindicações parciais? 

Transitórias? 

De que ponto de vista? 
 
Dependem de lutas?

Organizações, sindicatos, respondem a necessidades?

Na Europa e nos Estados Unidos vem de longe a poderosa ascensão dos sindicatos. 

Os sindicatos estavam fora de moda? 

Perderam o papel deles?

As primeiras formas de lutas carregam as marcas de origem. Começam pelos interesses materiais. Nascem na luta pelos direitos democráticos mais simples e óbvios.

A classe operária começa humilde, mas decisivamente a se organizar. Os sindicatos dão forma às atividades de massa. Configuraram as reinvindicações. Reforçam o espírito de luta. Negam a submissão ao Estado. Rompem com a subjugação. O proletariado repele as formas de intervenção policial nas suas lutas. Dizem não aos fascistas.

Na base das lutas sociais legítimas o trabalho sempre presente. No interior dos sindicatos isto é mais verdadeiro. As burocracias reformistas negam em suas práticas o valor do trabalho. Quase sempre sob o pretexto de defender os trabalhadores. Defendem reformas, quando a exigência é de mudanças maiores.
Historicamente, constata-se a existência de dois tipos básicos do reformismo.

O primeiro deles é o da burocracia stalinista. Deixou como herança o retorno ao capitalismo das sociedades onde a revolução aboliu o domínio burguês. O fim desta burocracia, onde ela cumpriu o seu papel, propositalmente, é apresentado como o fim do comunismo. Malícia de direita.

A segunda forma de reformismo é aquela expressa pelos defensores da resolução dos problemas dos trabalhadores no capitalismo. Defendem a reforma, fazendo sempre, a conservação do domínio de classes contrário ao dos trabalhadores.

As lutas trazem de volta repetidamente o tema da direção da classe operária. Internacionalismo e organizações dos sindicatos de massa asseguram o fortalecimento das lutas pelas reivindicações dos trabalhadores. 

Isto basta?

Os sindicatos não superam programaticamente o capitalismo; tendem a permanecer neles. A composição e o caráter deles ficam aquém de centrais e partidos com destinação de levar as lutas para além do capital. Isto é outra tarefa.

A maioria mais explorada e oprimida dos trabalhadores é levada à luta em momentos especiais. Nas lutas surgem os comandos de greves, os comitês de fábricas, os conselhos populares. As formas apropriadas aos processos sociais vividos nos momentos e lugares variados.

Os sindicatos testemunham uma larga experiência histórica. Uma escola de combates em permanente consolidação, embora o domínio de camadas dirigentes conciliadoras, burocráticas, como se fossem donas de suas organizações onde permanecem no comando por anos e anos.

Um exemplo claro e muito recente de sindicalismo contrário aos sindicalizados é o acordo coletivo especial ─ PEC-369, Reforma Sindical e Trabalhista, apresentada ao Congresso Nacional ─ uma proposta nefasta com origem em esfera sindical onde a preocupação em defender o governo coloca-se acima da preocupação em defendes os trabalhadores: propõe a prevalência do negociado sobre o legislado. As negociações valem mais que a legislação. Quem é forte na mesa de negociação? O trabalhador? O patrão? Por que a mudança se já é possível negociar valores acima dos previstos na legislação? Por que sindicalistas defendem proposta de interesse somente dos patrões e do governo? 

Por que defendem uma proposta, o acordo coletivo especial, que retira direitos, legislados, dos trabalhadores?

Quando as lutas de classes tornam-se agudas ultrapassam o domínio conciliador dos aparatos dirigentes. Elas varrem para o lixo da história o sindicalismo chapa-branca, braço oficial de governos de plantão, preocupado em defender os patrões e os governos, em prejuízo das categorias de trabalhadores desamparados de representação, organização e possibilidades efetivas de lutas transformadoras.

 Antonio Rodrigues Belon

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