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sexta-feira, 1 de maio de 2020

1 DE MAIO - DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES

Ontem e hoje, no Dia Internacional dos Trabalhadores não cabem patrões

Teremos um 1 de maio diferente neste ano. Pela primeira vez, desde sua primeira celebração 129 anos atrás, o Dia Internacional dos Trabalhadores não será marcado pelos tradicionais atos nas avenidas e praças das principais do país e do Mundo. Pela preservação da vida, pela defesa do direito ao futuro, estarão vazias.



Com a pandemia do novo coronavírus, e a responsabilidade de contribuir com o esforço coletivo de achatar a curva de contágio e evitar o colapso do sistema de saúde, recolhemos nossos cartazes e palavras de ordem dos espaços públicos. Agora, é na internet, nas redes sociais e grupos de whats app que nosso grito de indignação se espalha e ganha corpo.

É também das janelas de nossas casas e apartamentos que vamos nos mobilizar, pois temos na presidência um negacionista neofascista que diz “e daí?” Para as mais de 5 mil mortes e mais de 70 mil casos confirmados no país. Às 20h30 desta sexta-feira, 1 de maio, haverá um barulhento panelaço contra o governo da morte e temos a tarefa de nos somar e reafirmar que o lucro não está acima da vida.


E se por um lado a pandemia nos tira das ruas neste 1 de maio, por outro é preciso reafirmar o seu caráter classista e independente. Nada mudou sobre o seu significado e caráter: continua sendo um dia dedicado exclusivamente à classe trabalhadora, não cabendo os patrões e nem seus representantes.

A origem desta data está justamente no enfrentamento, com sangue e morte de trabalhadores, contra os patrões. Trata-se de uma homenagem a uma greve em Chicago (Estado Unidos), iniciada num 1º de maio de 1886, que culminou numa manifestação três dias depois duramente reprimida por policiais e seguranças privados contratados pelos capitalistas locais. Quatro anos depois, na fundação da II Internacional, foi chamado um dia mundial de lutas para o 1º de maio seguinte e em seu 2º Congresso, de 1891, a data foi aprovada como Dia Internacional dos Trabalhadores.

Desde então, em todo 1 de maio relembramos as lutas e nossos mártires do passado e celebramos as conquistas da classe trabalhadora por um mundo mais justo e igualitário, sem opressão e nem exploração. Foram com as greves gerais, os protestos nas ruas, o controle e suspensão da produção de riqueza, que derrotamos as condições desumanas de trabalho impostas pelo capital. E avançamos. Só no Brasil, lembramos que foi a partir da luta que arrancamos a jornada de trabalho de 8 horas; férias remuneradas de 30 dias; 13º salário; FGTS;  aviso-prévio; licença-maternidade e o próprio direito de greve. Nada caiu do céu.



A necessidade da manutenção da luta classista se prova na própria origem do 1 de Maio. A greve de Chicago tinha como principal reivindicação a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias. Hoje, mesmo sendo um direito de nossa classe, sabemos que a imensa maioria é submetida a jornadas diárias de 12 horas e sem qualquer proteção social. Ou seja, 129 anos depois, o direito a uma jornada de trabalho digna segue sendo uma luta atual duríssima.



Sabemos muito bem que não é só a extrema-direita neofascista instalada no poder que se opõe aos interesses da classe trabalhadora. A direita que se tinge de civilizada é uma inimiga declarada de nossa classe e a prova disso está no seu protagonismo nos ataques mais recentes aos nossos direitos, com as reformas trabalhista e previdenciária, com o liberou geral para a terceirização irrestrita em atividades-fins e com a Emenda Constitucional 95, que impõe dificuldades severas para o combate ao vírus ao impor restrições orçamentarias para a saúde pública.



Por isso, façamos deste 1 de Maio um Dia Internacional dos Trabalhadores digno de seu nome: classista, independente, em defesa da vida e daqueles que produzem a riqueza desse país.



Viva o 1 º de Maio e a luta da classe trabalhadora!

Se puder, #FicaEmCasa

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