Escoltado pelos grandes conglomerados
de comunicação, o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo esbraveja e
acusa a blogosfera de estar em campanha "nazista" contra a sua
candidatura.
Apóstolo da globosfera, da folhosfera
e de outras esferas igualmente sacrossantas, democráticas e plurais,
fala diante do silêncio sepulcral dos barões da mídia, que tanta
solidariedade prestaram ao atentado que sofreu com a bolinha de papel.
Novamente diz ser atingido de forma covarde e reage contra os blogueiros
"sujos", "verdadeira tropa de assalto na internet".
A tática é tão antiga quanto a do
batedor de carteiras que sai gritando "pega ladrão". Infelizmente, quem a
está utilizando tem condições de fazer estragos imensamente maiores com
uma simples caneta: privatizações, concessões, arrocho salarial,
precarização...
Blindado por emissoras de rádio e
televisão, além de publicações muito bem nutridas por anúncios que
potencializam suas armas de manipulação em massa (a Veja que o diga, com oito páginas do Ministério da Educação na última edição), o tucano investe na promiscuidade desta relação.
Enquanto isso, as supostas "tropas"
que o enfrentam encaram, de peito aberto e bolsos vazios, a ferocidade
da luta pela democratização da comunicação, pela verdade e a justiça. A
mídia alternativa que o diga.
Diante do desafio de manter bem alto a
bandeira da verdadeira e efetiva liberdade de expressão, é preciso
refletir sobre o seu real significado, sem o que tal "liberdade"
continuará restrita a umas poucas famílias de proprietários que decidem o
que ver e ouvir. É exatamente isso o que está ocorrendo na atual
campanha eleitoral, onde respaldados pela "objetividade" de "pesquisas",
promovem candidatos nanicos a "gigantes" e gigantes a "nanicos".
Como bem demonstraram os professores
paulistas ao denunciar um policial infiltrado numa manifestação
contrária ao governo do Estado de São Paulo para fazer provocações – a
fim de culpabilizar os que defendiam a melhoria da educação pública – é
preciso, sempre, fazer e refazer uma leitura crítica. Afinal, já nos
alertou Mia Couto, "entre parecer e ser vai menos que um passo, a
diferença entre um tropeço e uma trapaça".
Aos que sobrevivem do caldo da
incultura de seus cachoeiras, paulopretos e policarpos, ensurdecidos
pelo seu próprio aplauso, a blogosfera é um contagioso exemplo a ser
segregado, enquanto não possa ser corrompido ou definitivamente banido.
Infelizmente, para o candidato do
PSDB, os tempos são outros. Ainda que certos anúncios publicitários
continuem favorecendo a mordaça e a lambança, contra a mudança, a
verdade é tesouro e tesoura a cortar as asas das aves de mau agouro.
O candidato que tão bem representa os
lúgubres anos de FHC estancou e, mais cedo ou mais tarde, verá a
realidade lhe sorrir. Então terá de encarar a ladeira. Como o general
imperialista, ridicularizado por Eduardo Galeano, que se media ao
despertar e a cada dia se achava mais alto. Até que uma bala interrompeu
seu crescimento.
A candidatura da grande mídia pôs o bico na janela.
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