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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Memória - "SACCO & VANZETTI , Um Erro Irreparável










 por Pedro Luso de Carvalho



No dia 23 de agosto de 1927, nos Estados Unidos, Sacco e Vanzetti foram executados na cadeira elétrica, por um crime que não cometeram. Nos autos do processo, nenhuma prova da autoria do crime. Sete anos, foi o tempo que a justiça levou para condená-los, a contar do recebimento da denúncia do promotor de justiça pelo juiz. Nesse lapso de tempo, protestos da comunidade intelectual norte-americana se sucediam, inconformada com a sentença condenatória dos dois humildes italianos. 

Milhares pedidos de clemência foram encaminhados por eles, aos quais se somaram tantos outros pedidos do mundo inteiro. Mas, tudo foi inútil. A sentença condenatória teria de ser cumprida para servir de exemplo ao povo, para que se distanciasse do anarquismo e do comunismo.
Depois que foi publicada a sentença condenatória de Sacco e Vanzetti, que culminou com a morte de ambos na cadeira elétrica, o sonho americano de uma sociedade justa e igualitária encontrava-se por terra. Aí, começaria o desencanto de parte do povo sensível à justa aplicação da justiça e do tratamento igualitário de seus cidadãos.
Um reconhecido nome da literatura estadunidense, Katherine Anne Porter, autora de "A Nau dos Insensatos", livro que se tornou best-seller, entre outras obras, e que também foi publicado no Brasil, , fez parte de comitês de protestos, e escreveu "The Never Ending Wrong", que aqui recebeu o título de "Sacco e Vanzetti: Um Erro Irreparável," traduzido por Sebastião Uchoa Leite (Rio de Janeiro: Salamandra, 1978).

Katherine Anne Porter inicia assim o seu livro: “Durante alguns anos, no início da década de 1920, quando eu vivia parte do meu tempo no México, cada vez que voltava a New York eu retomava o fio da estranha história dos imigrantes italianos Nicola Sacco, um sapateiro, e Bartolomeo Vanzetti, um peixeiro, acusados de um assalto brutal a um caminhão de pagamentos, incluindo homicídio, em South Braintree, Massachuseetts, no começo da tarde do dia 15 de abril de 1920”.
O sofrimento desses dois italianos, que também eram vistos como anarquistas, começou no ano de 1921, quando, após a condenação de ambos nesse mesmo ano, foram levados para a cela da morte, de onde entravam e saiam, quando havia suspensão da pena, até o dia fatal, como conta Katherine Anne Porter, no seu livro:
“Foram levados para a morte na cadeira elétrica na prisão de Charleston à meia-noite do dia 23 de agosto de 1927. Uma meia-noite desolada e sombria, uma noite para a perpétua recordação e luto. Eu era uma das muitas centenas de pessoas que permaneceram em ansiosa vigília, observando a luz na torre da prisão, que nos tinham dito que se apagaria no momento da morte. Foi um momento de estranho e profundo abalo”.
E aí termina a triste história de Bartolomeo Vanzetti, que nasceu em Piemonte, Itália, em 1888, e de Nicola Sacco, que nasceu na província de Foggia, no sul da Itália, em 1891. 
Vanzetti morreu com 39 anos de idade, e Sacco com 36 anos.

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