Hoje, sexta-feira, dia 17, o Brasil recorda os 25 anos da morte de Carlos Drummond de Andrade, um dos poetas mais conhecidos e lidos da história do país
Nascido em 1902 na cidade de Itabira, no interior do estado de Minas
Gerais, Drummond herdou de sua terra o espírito reservado e
introspectivo, que ficaria marcado em vários de seus poemas.
“A ligação [com Minas] é evidente, acho que é uma constante no homem,
essa fixação sentimental com a terra de origem”, afirmou Drummond num
depoimento para o documentário sobre sua vida, realizado por Fernando
Sabino e David Neves, em 1972.
Com versos livres de métrica e rima, o poeta mineiro é visto por muitos estudiosos como um marco da poesia modernista no Brasil.
A classificação, no entanto, não chega a ser um consenso, uma vez que
vários literários consideram sua obra tão autêntica ao ponto de não
poder ser classificada dentro de um movimento geracional específico.
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Um de seus poemas mais emblemáticos – No meio do Caminho – foi
publicado na Revista de Antropofagia de São Paulo, em 1928. O texto, que
trabalha com a repetição da frase “no meio do caminho tinha uma pedra”,
foi pessimamente recebido pela crítica.
O rebuliço à volta versos de tão breves levou Drummond a publicar,
quase 40 anos mais tarde, o livro “Uma pedra no meio do caminho –
Biografia de um poema”, que reunia uma coleção de reportagens e críticas
sobre o poema, que ele próprio colecionou ao longo dos anos.
O seu primeiro livro “Alguma Poesia” (1930) foi lançado no mesmo ano
em que teve um de seus textos declamados na Faculdade de Letras de
Coimbra, no âmbito da conferência “Poesia Moderníssima do Brasil”, que
pretendia difundir a literatura brasileira em universidades portuguesas.
Embora se tenha licenciado em farmácia, Drummond nunca exerceu a
profissão tendo atuado a maior parte de sua vida como funcionário
público, inclusive como chefe de gabinete do Ministério de Educação e
Saúde, durante o segundo governo de Getúlio Vargas.
Na década de 1940, publicou “A Rosa do Povo”, um dos seus livros que
carrega maior temática social. Escrito entre 1943 e 1945, quando o mundo
ainda enfrentava os horrores da segunda guerra mundial, os poemas
refletem as dores e angústias daquele tempo.
Tido como um dos importantes poetas brasileiros, o rosto de Drummond
já foi estampado em uma nota de cruzados novos (nome da moeda brasileira
à época), o seu nome foi dado a um aeroporto de Belo Horizonte e a sua
estátua, esculpida em bronze, encontra-se no calçadão de Copacabana, no
Rio de Janeiro, um dos seus locais preferidos nos passeios de fim de
tarde.
Este ano, o poeta foi o homenageado na Feira Literária Internacional
de Paraty (Flip), um dos maiores eventos de literatura do Brasil.
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