Homicídios, roubos de veículos, de cargas, arrastões a restaurantes e edifícios, estupros, assassinatos de PMs, ônibus incendiados. Estatísticas de crimes crescem assustadoramente no maior Estado do Brasil. Polícias Militar e Civil descoordenadas; PCC presente. Fica por isso, governador?
Não
se conhece até agora, da parte do governador Alckmin, nenhum
pronunciamento mais consistente, como o anúncio de um plano de ação,
sobre a área de segurança
O Estado de São Paulo das gestões Geraldo Alckmin (2001-2006 e
2011-…) intercaladas pelo governo de José Serra (2007-2010) está em
alta. Em alta de insegurança. Estatísticas sobre criminalidade
divulgadas na segunda-feira 25 pela Secretaria de Segurança Pública
traduziram em números a sensação generalizada de medo social instalada
na população, tanto na capital como no interior.
Sob o impacto da morte em combate ou sob atentados e emboscadas de
nada menos que 40 policiais militares desde o início do ano, quase duas
dezenas de arrastões a restaurantes nos últimos tempos, mais de uma
dezena a edifícios residenciais e no mesmo dia em que dois ônibus foram
incendiados na periferia sob ordens, suspeita-se, dos chamados soldados
do PCC – o Primeiro Comando da Capital –, as estatísticas confirmaram o
que pode ser visto a olho nu.
1.) 16,3% a mais de homicídios;
2.) aumento de 16,7% nos casos de estupro;
3.) crescimento de 26% no roubo de veículos, e de 8,6% no de furtos;
4.) 10,9% a mais em roubo de cargas.
Leia mais
- Justiça condena governo do PSDB a pagar R$ 54 mil por promover racismo
- José Serra culpa Geraldo Alckmin por perder Paulo Maluf como aliado
Os porcentuais se referem aos primeiros cinco meses deste ano. Os
assassinatos crescem pelo terceiro mês consecutivo, enquanto os roubos
aumentaram pelo quinto período seguido em relação a 2011. Na maior
capital do País, bairros como a Lapa, por exemplo, que já foi um lugar
para boa compra e venda de automóveis, hoje se destacam nos rankings de
roubos a carros, com cerca de 500 ocorrências só este ano. Na região de
Nossa Senhora do Ó, na zona norte, os crimes desse tipo cresceram 188%
desde janeiro. Entre as 93 delegacias paulistanas, nada menos que 73
tiveram elevação no número de roubo a carros – e 60 apresentaram
crescimento no registro de roubos de outros bens.
Não se conhece até agora, da parte do governador Alckmin, nenhum
pronunciamento mais consistente, como o anúncio de um plano de ação,
sobre a área de segurança. Depois de mais de 15 arrastões a
restaurantes, o máximo que ele fez foi reforçar o policiamento na cidade
especificamente no Dia dos Namorados e completar dizendo que a solução
para a maré de invasões e saques a mão armada só poderia acontecer pela
via da parceria. Nenhuma palavra sobre o fato de haver um largo
distanciamento, neste momento, entre as polícias civil e militar do
Estado, que, sempre com relações frias, na atual gestão do secretário
Antonio Ferreira Pinto mal se ajudam.
O delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, comentando
as estatísticas, apontou para a legislação, na prática permissiva com os
criminosos. “Como pode um autor de triplo homicídio, depois de nove
anos, receber direito a regime semiaberto?”, questiona. “Isso ocorreu em
São Paulo e o sujeito voltou a matar depois de solto”. Ele também
encontrou uma justificativa financeira para o aumento nos roubos a
carros. “As pessoas ficaram um pouco anestesiadas com tipos de crime
como roubo de carros, porque faziam seguros que as ajudavam a recuperar o
valor do patrimônio perdido. Nesse clima, as quadrilhas encontraram
espaços para crescer”, analisa o delegado-geral.
Segundo Carneiro, a Polícia Civil passou a investigar e prender os
receptadores e os desmanches, dificultando o trabalho das quadrilhas
organizadas. “Essa foi a determinação que demos para tentar combater
essa modalidade de crime.”
Na comparação só entre maio de 2012 e 2011, a capital também está em
pior situação que o Estado. A cidade teve alta de 21,4% nos homicídios e
queda de 3,2% no Estado. Já os roubos subiram 27,9%, enquanto no Estado
a alta foi de 9,8%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário