Notória por denunciar os "bandidos de toga", Eliana Calmon é quem se vê agora na posição de vidraça; apenas em auxílio-alimentação e auxílio-moradia, ela recebeu acima de R$ 500 mil em um ano; cortejada pelo PSB, ela sonha em concorrer ao governo da Bahia ou ao Senado, depois de liderar uma cruzada contra seus colegas no Judiciário; vai conseguir ou terá antes que se explicar?
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- FAMOSA POR CAPITANEAR VERDADEIRA CRUZADA CONTRA OS ELEVADOS
HOLERITES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, TURBINADOS COM
VERBAS ATRASADAS DE AUXÍLIO-MORADIA AUTORIZADAS POR JULGADO DO
SUPREMO, A MINISTRA ELIANA CALMON GANHOU INCOMUM ESPAÇO NOS
PRINCIPAIS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO PAÍS E VIROU HEROÍNA NAS
PÁGINAS AMARELAS DA REVISTA VEJA. ATUALMENTE, REVELAÇÕES QUE TÊM
CAUSADO ESPÉCIE DEMONSTRAM QUE ELIANA CALMON RECEBEU MAIS DE MEIO
MILHÃO DE REAIS A TÍTULO DE "AUXÍLIOS" QUE TANTO
COMBATIA À TESTA DA CORREGEDORIA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.
Crise
do Judiciário
Com
os vazamentos seletivos de alguns casos sigilosos abertos pela
Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, à época comandado
pela magistrada, os jornalões manchetaram que o Judiciário estaria
todo infectado por “bandidos de toga”, por marajás recebendo
holerites estratosféricos, conforme acusação genérica da
ex-Corregedora, sem dizer quem, onde ou porque.
A
ocasião, a ministra resolveu quebrar indiscriminadamente o sigilo de
231 mil pessoas, entre juízes, familiares e servidores do Judiciário
e, especialmente, para quem recebeu acima de R$ 500 mil. Foi a maior
devassa contra os direitos e garantias individuais desde tempos
ditatoriais. Pediu, ainda, curiosa prioridade para a Bahia, seu
domicílio eleitoral, além de São Paulo e Rio de Janeiro, Estados
de maior visibilidade da Federação.
Muitas
perguntas ficaram no ar para os jornalistas. Entre elas, por que ela
fez esse corte investigativo para quem recebeu acima de R$ 500 mil?
Por que somente os que receberam mais de meio milhão seriam
investigados? Por que não quebrar também o sigilo de quem recebeu
acima de R$ 400 mil? Seria Pouco? Por que não?
(Fonte:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/12/22/cnj-quis-investigar-231-mil-pessoas-422832.asp).
R$
420 mil para “morar”
Pois
bem. Passado alguns meses, em março de 2012, os jornais Folha de São
Paulo e Estado de São Paulo noticiaram que Eliana Calmon também
recebeu uma inacreditável bolada de R$ 421 mil, no final de 2011, a
título de “auxílio-moradia” que ela tanto condenou. Ruborizada,
a Ministra confessou ao jornalista: “eu mesma recebi, em três
vezes, quatrocentos e vinte e poucos mil”. Sorte que a então
Corregedora tinha recebido “apenas” R$ 421 mil! Com mais R$ 80
mil em seu contra-cheque estaríamos diante de autofagia, de
autoinvestigação incrementada com autoquebra de sigilo.
O
mais interessante foi que essa declaração da ex-Corregedora foi em
meio à entrevista que fez surpreendente elogio ao presidente do TJ
paulista Ivan Sartori. No discurso anterior, segundo Eliana, o
Tribunal de São Paulo só seria corrigido no dia em que o Sargento
Garcia prendesse o Zorro. Os R$ 421 mil abocanhados pela juíza
consistem em "auxílio-moradia dos sonhos", pois daria para
comprar uma boa residência em qualquer lugar do Brasil, o que fere
de morte a natureza indenizatória e temporal do indigitado auxílio.
(Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,corregedora-diz-que-recebeu-r-420-mil-,852572,0.htm
).
R$
85 mil para “comer”
Agora,
em 28/2/13, o jornal Estado de São Paulo revelou, pela picardia de
Fausto Macedo, que em setembro de 2012, de uma só vez, a ministra
recebeu R$ 84,8 mil a título de “auxílio-alimentação”. Quanta
fome! No mesmo mês, o contra-cheque da Corregedora bateu
inacreditáveis R$ 113 mil. Isso é o quádruplo do teto
constitucional. Uma extrapolação de arrepiar até mesmo os mais
incautos!
Na
verdade, a magistrada recebeu uma bolada equivalente a 181
salários-mínimos. É dizer, o que a maioria do povo brasileiro
demoraria 15 anos para receber e sobreviver, a ministra Eliana Calmon
recebeu em apenas um mês! Segundo o jornal, cópia do contra-cheque
apimentado da ministra virou piada no Superior Tribunal de Justiça,
onde circulavam e-mails intitulados “Eliana é 100”, em alusão
aos cem mil reais que recebeu para sua “alimentação”. Pensando
bem, esses fatos não são nada engraçados.
(Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,eliana-calmon-recebeu-r-84-mil-para-alimentacao,1002483,0.htm
)
R$
505 mil, em menos de um ano
As
revelações do jornal Estado de São Paulo não são nada
edificantes para a Eliana Calmon, que recebeu, segundo consta, mais
de meio milhão de reais no período compreendido entre o final de
2011 e setembro de 2012. O jornal só não fez a soma e nem
precisaria fazer: R$ 421 mil + 84,8 mil = R$ 505,8 mil, no mínimo,
sem falar nos outros meses ainda não divulgados. Ops! Passou de R$
500 mil, então podemos investigar, não é Ministra?!
A
aspiração política de Eliana Calmon ao Senado, pela Bahia,
conforme afirma o jornal, não é nenhuma novidade nos bastidores do
Poder, pois, afinal, como se orgulha a ministra, ela foi afilhada do
finado Antônio Carlos Magalhães. É o que detalha um site jurídico
especializado. Em campanha ela teria ligado para ACM que a acalmou
dando gargalhadas: “fique tranquila. A senhora é uma mulher de
muitos amigos, que já me procuraram. Eu falei ao presidente...”.
Em junho do mesmo ano ela foi nomeada por FFHHCC, só para relembrar
a inexplicável emenda da reeleição.
(fonte:
http://www.conjur.com.br/2009-jul-08/eliana-calmon-primeira-mulher-chegar-cupula-justica
).
Farinha
pouca, meu pirão primeiro
A
última, publicada pela Folha de São Paulo, em 1/3/2013, em matéria
assinada por Frederico Vasconcelos, a Ministra “é alvo de nova
polêmica com juízes”, pois, segundo consta, ela teria negado
requerimento da Associação dos Juízes Federais, a AJUFE, presidida
por Nino Toldo, para que todos os magistrados tivessem acesso ao
desfigurado “auxílio-moradia”. Para Eliana, a situação criaria
“um puxadinho para acomodar angústias”. Os juízes lembraram
que, em 2003, Eliana Calmon votou, no STJ, pela concessão do
“auxílio-moradia” para os próprios ministros do Tribunal. Eis a
contradição material. Realmente, isso é lamentável, sem falar nos
R$ 421 mil que ela já tinha recebido no final de 2011.
(fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1238741-ministra-do-stj-e-alvo-de-nova-polemica-com-juizes.shtml)
O
impacto do circo
Assim,
a crise artificial criada pela então Corregedora Nacional de
Justiça, Paladina da ética, da moral e dos bons costumes,
contribuiu para mergulhar o Supremo Tribunal Federal em uma
necessidade equivocada de “sair da crise”, de “dar uma resposta
à sociedade”, de “ficar bem com a opinião pública”, na
verdade, opinião publicada, para sair desse colapso virtual, a
partir de graves problemas pontuais.
O
resultado nefasto disso tudo ainda é pouco conhecido para a maioria
da população e pouco explorado pelos jornalões, por razões
óbvias. É como uma bomba de efeito retardado, cujas consequências
serão sentidas e reveladas com o tempo. Se nesses curtíssimo
período a magistrada recebeu mais de meio milhão de reais com esses
tais “auxílios”, os quais até ontem ela combatia, fico a
imaginar quanto ela recebeu dessas verbas nos últimos 5 anos.
Com
a palavra o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério Público
Federal.
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