Comitês Populares da Copa denunciam violações ao Conselho de Direitos
Humanos da ONU. As obras atingem cerca de 250 mil pessoas, entre
removidas ou em risco de remoção
Ciro Barros,
da A Pública
Às
oito horas da manhã dessa terça-feira (meio-dia em Genebra), Larissa
Araújo, da Articulação Nacional dos Comitês Populares (ANCOP),
participou da 23ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização
das Nações Unidas (ONU) para falar das violações cometidas nas remoções
de famílias em todo o país nos preparativos para a Copa do Mundo. Em um
evento paralelo à sessão do Conselho, o vídeo “Who wins this match?”
(Quem ganha esse jogo?), produzido em parceria com a Conectas, foi
exibido, mostrando números e depoimentos dos moradores removidos ou em
risco de remoção – cerca de 250 mil, segundo o cálculo dos movimentos.
“Para
chegar a esses números somamos famílias que foram atingidas por obras –
que em algum momento foram vinculadas à Copa e às Olimpíadas – (algumas
obras foram retiradas da Matriz de Responsabilidade da Copa e assumidas
por governos estaduais e/ou prefeituras), com famílias que em algum
momento foram ameaçadas de remoção”, explica Francisco de Felippo,
também da Ancop, sobre os cálculos, contestados pelo poder público. “Em
Natal, por exemplo, o prefeito assinou um documento se comprometendo a
não remover ninguém. Mas isso veio depois de muita luta das comunidades.
Se a gente colocasse que as remoções em Natal foram zero, dá a
impressão de que não teve problema lá. Mas teve e a gente, junto com as
comunidades, reverteu”, exemplifica.
Além dos
números, saltam aos olhos o desespero, a indignação e o desalento dos
moradores diante dos métodos e da falta de diálogo do poder público
transmitidos pelos depoimentos dos atingidos, agora ouvidos na ONU.
Confira o vídeo abaixo:
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