Senador Aécio Neves foi o principal porta-voz dos interesses da minoria que fatura com os lucros das empresas de energia. Será difícil explicar esta atitude nas eleições de 2014
O governo conseguiu aprovar ontem na Câmara dos Deputados o
texto-base da Medida Provisória 579, que antecipa a renovação das
concessões do setor elétrico e reduz a tarifa da conta de luz.
A votação foi simbólica e tranquila, com o apoio até mesmo de setores
da oposição. Segundo o jornal Valor, “com receio de eventuais danos
políticos por não apoiar uma medida que reduz a conta de energia, os
partidos da oposição, em especial o PSDB, acabaram por fazer um ‘voto
crítico’”.
Mesmo acuados, com medo da rejeição do eleitorado, os tucanos ainda
tentaram aprovar destaques na MP 579 para manter os lucros dos
acionistas das empresas de energia. Eles tentaram alterar a regra que
fixa que as concessionárias que não aderirem à lei possam continuar sob a
vigência das regras anteriores. No texto original do governo, o
parágrafo 7 do artigo primeiro fixa que as regras da MP se aplicam a
todas as concessionárias, tenham elas tido seus contratos prorrogados ou
não. O destaque, porém, foi rejeitado.
Ainda segundo o jornal Valor, “antes da votação, o PSDB
tentou também fazer com que um artigo inserido equivocadamente no texto
enviado da comissão mista para a Câmara integrasse a votação final. Ele
permitia um prazo extra de 30 dias a partir da publicação da lei para
que as concessionárias que não aderiram às regras da MP pudessem
reavaliar sua posição. Nesse sentido, abria a possibilidade para que
empresas ligadas aos governos tucanos que não aderiram, pudessem
aderir”. A manobra também não vingou.
A aprovação da MP 579 representa uma dura derrota dos governadores de
São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Eles agora terão que recuar na sua
posição contrária à redução das contas de luz ou partir para o confronto
direto. Outro que sai bastante chamuscado desta votação é o senador
Aécio Neves, o cambaleante presidenciável do PSDB. Ele foi o principal
porta-voz dos interesses da minoria que fatura com os lucros das
empresas de energia.
Será difícil explicar esta atitude anti-povo nas
eleições de 2014.
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