A jornalista Júlia Duailibi publicou no seu blogue que o PSDB deve indicar o Coronel Telhada para participar da
Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal. É daquelas coisas que
mesmo depois de tanta patacoada dos tucanos ainda tem potencial para
provocar indignação. Porque demonstra que as lideranças do partido
perderam toda e qualquer vergonha na cara e todo e qualquer respeito que
poderiam ter pelos seus eleitores mais responsáveis.
Ao cogitar indicar para essa comissão um coronel cujo orgulho supremo é ter matado 36 pessoas oficialmente em operações que liderou , o PSDB dá uma cusparada na cara daqueles resistentes que ainda apoiavam o partido e tem alguma seriedade e compromisso público.
Não à toa na úlitma disputa eleitoral, quando Serra fez um ato de intelectuais, tudo que o partido conseguiu juntar foram personalidades do tipo Agnaldo Timóteo, Bruna Lombardi, Odilon Wagner, Beatriz Segal e Patricia de Sabrit. Além do fiel escudeiro, o reitor da USP, João Grandino Rodas, que mesmo tendo sido o terceiro mais votado na disputa universitária, foi escolhido por Serra para ser o reitor. Neste caso, convenhamos, o apoio foi mais do que um apoio, foi uma retribuição pelo favor devido.
O texto da Júlia Duailibi segue abaixo. Seria interessante saber a opinião de alguns tucanos mais refinados, como FHC, sobre esse fato.
Telhada na Comissão de Direitos Humanos
O PSDB pretende indicar o vereador eleito Coronel Telhada como
integrante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal. A
decisão foi discutida internamente no partido nas últimas semanas, e a
indicação deve sair em fevereiro do ano que vem, quando os vereadores
são nomeados para as vagas nas comissões.
O partido diz que a indicação faz sentido porque a comissão aborda
também a questão da segurança pública. Chama-se Comissão Extraordinária
de Direitos Humanos, Cidadania, Segurança Pública e Relações
Internacionais. Por ser uma comissão extraordinária, ela não analisa
projetos de lei, apenas promove debates sobre os assuntos.
Telhada foi comandante da Rota entre 2009 e 2011. Foi eleito em outubro deste ano com o slogan Uma Nova Rota Política para São Paulo, com mais de 89 mil votos. Em sua carreira, matou 36 suspeitos de crimes. Segundo ele, as mortes ocorreram em confrontos, “dentro da lei”. Com
a indicação, ele seria o representante do PSDB nas discussões sobre
tema dos direitos humanos no Legislativo Paulistano. A presidência da
comissão, no entanto, pode ficar com o PT.
A disputa pelo comando e por vagas em comissões já movimenta os
bastidores políticos da Câmara. A tendência hoje é que a presidência da
Comissão de Constituição e Justiça, considerada uma das mais poderosas,
fique com o atual presidente da Casa, José Police Neto (PSD). O PT pode
ficar com a presidência da Comissão de Finanças ou abrir mão para o PV
em busca de uma composição com o partido.
O PSB pleiteia Educação, e o PT também quer Saúde. O PMDB pode
indicar o presidente da Comissão de Educação ou de Transportes. A
presidência da Câmara na próxima gestão deverá ser do PT, com o vereador
José Américo.
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