Por Adriano Benayon.
Fernando Henrique Cardoso (FHC) não tem
autoridade intelectual, nem moral, alguma para dizer que as classes de
menor renda de nosso povo são mal informadas.
Elas só são mal informadas, na medida em
que veem a TV comercial, a qual está, por inteiro, nas mãos de inimigos
do País, controlada, há mais de 60 anos, pela oligarquia financeira
anglo-americana, cujo objetivo é empurrar o Brasil para o
subdesenvolvimento e para o atraso tecnológico.
Na realidade, quem está não só mal
informado, mas desinformado e intoxicado por lavagem cerebral, são os
leitores da revista VEJA, os do jornal O GLOBO e demais veículos
conhecidos por suas iniciais: GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão).
A intervenção estrangeira, dentro do
Brasil, produziu, entre outros estragos, o de abaixar grandemente o
nível da cultura e a qualidade dos que têm acesso à escolaridade,
inclusive no nível dito superior.
Assim, a grande maioria dos brasileiros
das classes de maior renda que buscam “informação” na mídia do GAFE,
carecem de sistema imunológico, em seus intelectos, para não se deixarem
intoxicar pela sistemática deformação dos fatos e pelas interpretações
falaciosas desses fatos, que constituem a atividade profissional dos
comunicadores a serviço da grande mídia.
Esses que imaginam ter boa instrução,
são, pois, os pessimamente informados, que ignoram e teimam em ignorar
até as mais visíveis perversidades cometidas contra o Brasil nos dois
mandatos de FHC, ambos obtidos por meio de fraudes, golpes e corrupção.
Nunca quiseram ler sequer o livro “O Brasil Privatizado”, de Aloysio
Biondi, o melhor jornalista econômico que já tivemos.
Quanto mais se pesquisa, mais se
encontram exemplos das degradantes medidas tomadas durante os mandatos
de FHC, todas com o objetivo de promover a desnacionalização e a
impotência econômica e tecnológica do Brasil.
FHC não é intelectual, coisíssima nenhuma.
É um desses indivíduos que os serviços,
agências e fundações das potências imperiais anglo-americanas, recrutam,
dentro de seu programa de”trabalho”: conspirar contra o País, impedir
seu desenvolvimento e abalar até mesmo sua integridade, por meio de
intervenção permanente.
O recrutamento de FHC – por fundações
norte-americanas, ligadas à CIA, uma das 16 agências de “inteligência”
dos EUA – está documentado em, entre outras publicações, o livro “E Quem
Pagou a Conta”, de autoria da pesquisadora Frances Stonor Saunders,
tradução editada pela Record. Para não quebrar a sequência,
transmitirei, em anexo, uma apresentação dessa obra por Armindo Abreu e
Sebastião Nery.
Bem, FHC foi recrutado por sua qualidade intelectual? Não.
Os que o recrutaram, trataram de
construir sobre ele a falsa imagem de intelectual. Interessou-lhes mais
haver FHC posado de marxista, na época de professor na USP, e ter sido
aposentado prematuramente, em 1964, alegadamente por inclinação à
esquerda.
Isso lhe proporcionou posar de exilado
no Chile, onde lhe arranjaram colocação na CEPAL (Comissão Econômica
para a América Latina) e pôde acumular os proventos desse emprego com os
da aposentadoria, na realidade, um prêmio do regime militar.
FHC é filho e sobrinho de generais do
Exército. Estes até participaram da campanha “O Petróleo É Nosso”, em
1952/53. Mais uma falsa credencial: além da de suposta esquerda, a de
nacionalista. Ou seja, as antíteses das políticas de FHC.
Nada mais conveniente, pois, para a CIA
que fomentar a carreira de alguém aparentemente insuspeito para cometer
os crimes que cometeu contra a sociedade e contra o País.
A carreira de FHC foi, assim, turbinada
por numerosos golpes e factoides, sob o a direção de serviços secretos e
entidades da oligarquia financeira anglo-americana. O lance inicial
ocorreu, no final dos anos 60: a doação estimada em 800 mil dólares,
concedida pela Fundação Ford ao CEBRAP, instituto criado por FHC em SP.
É fácil construir a carreira de alguém
escalado para ser seu instrumento, já que a oligarquia financeira
mundial tem decisiva influência sobre organismos internacionais,
inclusive ONU, universidades e a grande mídia, em todas as partes do
mundo.
Ademais, os golpes no Brasil não foram
só os militares. A intervenção faz-se sempre, através de corrupção da
grossa, aquela que a grande mídia encobre.
O rarefeito valor intelectual de FHC
contrasta com a imagem criada sobre ele, conforme o método de repetir
mentiras até virarem “verdade”, como ensinou o psicólogo Edward Bernays,
sobrinho de Freud.
Em meu livro “Globalização versus
Desenvolvimento”, nas páginas finais, demonstrei em que consiste a obra
principal atribuída à autoria de FHC (em co-autoria com o chileno Enzo
Faletto, o enormemente divulgado (et pour cause) Dependência e
Desenvolvimento na América Latina.
Trata-se de um livro mal escrito, com
parágrafos longos e confusos, com frases mal encadeadas, cuja finalidade
é afirmar que a dependência (econômica, financeira e tecnológica, entre
outras) seria compatível com o desenvolvimento.
A história dos últimos 60 anos no Brasil demonstra exatamente o contrário disso.
Eis um trecho de meu livro, em que cito depoimentos de intelectuais de alto nível sobre a obra de FHC:
Como observou Celso Brant, o melhor
julgamento sobre a obra sob comento foi o de João M. Cardoso de Mello,
destacado professor da UNICAMP: “O livro é um malogro completo [...] Um
livro de circunstâncias. Se você tirar da prateleira e for ler, aquilo
não fica em pé”.[1] Já o professor laureado da Universidade de Yale,
Robert Packerman, considera que as únicas partes aproveitáveis do
trabalho de Cardoso e Faletto são as que eles copiaram de André Gunder
Frank.[2]
Fonte: Diário Liberdade.
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