O Tribunal de Justiça de São Paulo informa no noticiário em seu site:
O desembargador Sérgio Rui da Fonseca acompanhou (dia 28) um grupo de servidores [foto] que
veio à Presidência do Tribunal de Justiça entregar ao presidente Ivan
Sartori um complemento à lista de 11 mil assinaturas de apoio à gestão
na condução do Poder Judiciário paulista, entregue no último dia 3.
Nessa ocasião, o presidente perguntou se não existiam assinaturas em
duplicidade. Os servidores levaram cópia da lista para a checagem e,
hoje, retornaram com mais assinaturas. Segundo eles, agora são 20.237
nomes.
Há um movimento entre magistrados e servidores a favor da reeleição
de Sartori, que introduziu importantes mudanças no tribunal –entre elas a
transparência numa Corte tradicionalmente fechada e o diálogo direto
com magistrados de primeiro grau e com o funcionalismo.
Sartori rompeu privilégios e mostrou disposição para enfrentar a
cúpula da Corte, trazendo à tona irregularidades no caso das
antecipações a desembargadores e a servidores ligados aos magistrados
que cuidavam do orçamento.
Embora resistente a críticas, Sartori é comunicativo e ostenta uma
liderança inegável entre colegas desembargadores, juízes de primeiro
grau e servidores. O sucesso de sua gestão é reconhecido nacionalmente,
tendo levado o juiz paranaense Roberto Bacellar, candidato da situação à
presidência da AMB, a convidá-lo para o cargo de vice-presidente em sua
chapa.
Como informou este Blog, a Associação Paulista dos Magistrados
(Apamagis) decidiu fazer uma pesquisa “on line” com todos os associados
para saber se são favoráveis à reeleição de Sartori.
As imagens de Sartori cercado por servidores do Judiciário, em
Ribeirão Preto, no último dia 20/6, e por presidentes de tribunais e de
associações de magistrados em 24/6 na sede do TJ-SP reforçam a
curiosidade sobre os projetos de Sartori, que ostenta forte liderança no
momento em que a magistratura admite viver um clima de desalento e
desprestígio.
Essas circunstâncias talvez tenham inibido eventuais alertas –de
seguidores ou de opositores– sobre os riscos da autopromoção no serviço
público, como a interpretação de uso do noticiário oficial para
reforçar projetos pessoais.
Reportagem de Mario Cesar Carvalho, publicada na Folha
em 9/6, revela que ele já foi sondado para se candidatar a deputado
estadual. “Gosto de ser juiz. Mas se eu puder ajudar os colegas do
Judiciário… Poderia ir depois do mandato”, cogita.
Ainda segundo o texto, “a reeleição pedida pelos funcionários também
está no radar de Sartori, mas ele teme que a questão se arraste em
disputas judiciais no Supremo ou no CNJ”.
“Eu não vou brigar para ser reeleito. Tem de haver consenso. Se não houver, não vou nem entrar na disputa”, disse o presidente.
Supõe-se que haja candidatos a candidatos à presidência que não têm o
mesmo veículo promocional. O eleitorado para o TJ-SP são só os
desembargadores. Essa propaganda toda não deve surtir muito efeito entre
eles.
Como afirma um magistrado, “teoricamente Sartori corre o risco de ser
cobrado, mas ele está tão popular que o autor da cobrança ficaria mal
visto”.
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