Estudioso que revolucionou a lingüística com modelos atemáticos para explicar a comunicação humana. Polemista afiado e ídolo da esquerda mundial. Conheça suas idéias, sua obra e por que há tanta gente interessada no que ele tem a dizer
por Luís Augusto Fischer
Quando o naturalista inglês Charles Darwin observou os seres
vivos e entre eles percebeu nexos e continuidades, combi-nando as idéias
de evolução e de seleção natural, o mundo nunca mais foi o mesmo,
porque nossa compreensão acerca da vida mudou. Do lingüista e pensador
americano Avram Noam Chomsky se pode dizer o mesmo. Autor de mais de 70
livros traduzidos para mais de dez línguas, Chomsky também revolucionou
sua área científica, a exemplo de Darwin.
Chomsky mudou o objeto de estudo da lingüística.
Como tinha acontecido um século antes no domínio da natureza bruta,
também na ciência da linguagem pouca gente tinha ousado alguma teoria
unificadora. Chomsky o fez.
Lingüística é o estudo da linguagem, da gramática das diferentes línguas e da história
desses idiomas. Quando Chomsky apareceu no cenário intelectual, esse
ramo da ciência tinha vivido poucos avanços significativos. Para falar a
verdade, dois. O primeiro foi a criação da tradição clássica, originada
no mundo grego, que perdurou até o final do século 19. O segundo salto
foi o estruturalismo, criado pelo suíço Ferdinand de Saussure
(1857-1913).
Na visão clássica, estudava-se uma língua só por meio dos textos
escritos. Os lingüistas rastreavam registros escritos, desde as línguas
antigas (latim, grego, aramaico) até alcançar o presente. Esse tipo de
abordagem exigia estudiosos que dominassem várias línguas, fazendo
descrições de cada caso. Havia pouca capacidade de generalização, ou
seja, de transpor o conhecimento acumulado sobre uma língua para outra
língua. Era uma abordagem enciclopédica, que considerava os registros
escritos como o ponto alto de um idioma.
No começo do século 20, era essa visão normativa, com separação clara
do que era certo e o que era errado, que dominava o estudo da língua.
Quer dizer: o que importava não era saber como funcionava a linguagem, e
sim estabelecer e perpetuar as formas tidas como corretas, socialmente
prestigiadas. O exemplo brasileiro mais saliente dessa visão é o de Ruy
Barbosa, o jurista e político cujos textos, até a metade do século
passado, foram tidos como um exemplo de português culto. Essa visão
também influenciava o ensino. Na escola, estudava-se a origem da língua
(seus pais ou avós provavelmente tiveram aulas de latim) e as mudanças
que ocorreram na língua-mãe, até chegar à língua moderna culta. Parecia
impossível ensinar o idioma de outro modo.
Saussure inovou, comparando o aprendizado de uma língua a um jogo de
xadrez. Numa partida em curso, qualquer pessoa pode tomar o lugar de um
dos jogadores, porque as regras do jogo são poucas e bem conhecidas. Por
isso, não importa muito saber como o cavalo foi parar ali, ou como a
torre foi perdida. O que vale é saber que, dada a situação das peças e
conhecidas as regras, a partida pode seguir, agora manejada por alguém
que chegou depois do início. Assim é o aprendizado da língua, disse ele:
ninguém tem que obrigatoriamente saber a história da língua para falá-la e escrevê-la aqui e agora.
Foi um golpe certeiro. O estruturalismo, como ficou conhecida essa
modalidade de estudo da língua, foi tão bem recebido que se expandiu
para outras áreas (a antropologia, por exemplo). Para os adeptos dessa
visão, estudar uma língua é realçar as estruturas que a compõem e
descrevê-las, sem ligar para a história
que a trouxe do mundo primitivo até o presente. Estava aberto o caminho
para uma abordagem científica da linguagem, porque não se tratava mais
de caçar o certo e o errado, mas de tomar a língua como um objeto. Com
isso, caía por terra a suposta superioridade de uma língua sobre outra.
Tal mudança tinha motivações concretas. Uma delas era o contato cada
vez mais freqüente com línguas não oriundas nem do latim nem do grego.
Com sua postura etnocêntrica e escritocêntrica, um lingüista clássico,
defrontado com uma língua indígena puramente oral, sem registro escrito,
nada podia fazer. O idioma morreria com o último falante nativo. (Anos
depois, Chomsky disse que com a perda de uma língua se perde uma pista,
talvez irrecuperável, para a solução do mistério da linguagem humana.)
Mas, se ele quisesse conhecer o modo de ser daquela cultura, seria
preciso outra atitude: gravar as falas dos índios, anotá-las e depois
descrevê-las no maior detalhe possível.
O estruturalismo permitia essa revolucionária abordagem: não há
aquela visão normativa, de certo e errado, nem necessidade de recorrer à
história
para entender o presente. A ênfase recai sobre a base empírica, sobre
os dados de linguagem verificáveis. Pela primeira vez, a língua ganha
estatuto científico, com autonomia em relação à moral, à cultura, aos
bons costumes.
Como se faz um lingüista
A formação acadêmica de Chomsky é curiosa. Filho de professor de
hebraico, ele dispunha de um conhecimento familiar da matéria, manejando
o inglês e o hebraico com intimidade. Avram Noam nasceu em 7 de
dezembro de 1928, em Filadélfia, Pensilvânia. Seu pai era William
(originalmente, Zev) Chomsky, judeu russo que emigrou para a América em
1913, para não ser obrigado a servir no Exército. Sua mãe se chamava
Elsie Simonofsky. Os dois tinham profundas relações com a tradição
judaica, e William logo se tornou especialista na gramática do hebraico.
Noam passou por experiência escolar marcante. Dos 2 aos 12 anos,
freqüentou um colégio inspirado nas idéias de John Dewey (1859-1952),
filósofo americano que pregava um ensino livre de avaliações formais, a
favor da criatividade, com desafios à inteligência e nenhuma caretice.
Nesse clima, Noam escreve seu primeiro artigo, para o jornal da escola,
sobre a queda de Barcelona, foco de resistência dos anarquistas, durante
a Guerra Civil espanhola. Tinha 10 anos.
Tão positiva foi essa experiência de aprendizado libertário, que a
passagem para uma escola tradicional, na adolescência, foi um choque. Lá
ele aprenderia os horrores da avaliação emburrecedora e da doutrinação
ideológica, que ele passou a combater de corpo e alma. Anos depois, em
carta a seu biógrafo, ele comentava a consciência que começou a
desenvolver ao descobrir-se torcedor do time de futebol da escola. “Por
que eu estou torcendo por esse time? Eu não conheço essa gente, e eles
não me conhecem. Então, por que eu torço? Bem, é o tipo da coisa que
você é treinado para fazer. É uma coisa incutida em você. É uma coisa
que leva ao ufanismo e à subordinação mental.” Mas seu pensamento
libertário o isolava. No dia em que seu país bombardeava Hiroshima e
Nagasaki, Chomsky estava em férias numa colônia da escola. Ele disse que
se sentiu horrorizado, enquanto seus colegas comemoravam.
Bom leitor desde a infância, Chomsky teve uma formação particular.
Aos 13 começou a freqüentar Nova York, onde tinha parentes, entre eles
um tio, dono de banca de revistas, que funcionava como centro cultural
informal. Era um sujeito de formação fraca, mas inteligente. Levado por
parentes, freqüentou círculos anarquistas, tudo imerso no mundo cultural
dos imigrantes judeus recém-vindos da Europa, gente com ótima formação
cultural, embora ali trabalhassem em ofícios manuais.
Isso explica, em parte, por que Chomsky nunca foi marxista, muito
menos leninista: ele sabia que havia brutalidade também do lado
soviético. Desenvolveu ainda um senso agudo de leitor: para ele,
pensadores marxistas como o húngaro Georg Lukács (1885-1971) não lhe
soavam profundos, mas confusos. E a clareza e a simplicidade lhe parecem
marcas essenciais das grandes idéias. Daí sua admiração por Dwight
MacDonald, o ficcionista inglês George Orwell (1903-1950), e Bertrand
Russell (1872-1970). Aliás, um dos raros elementos decorativos presentes
na sala de Chomsky no Massachusetts Institute of Technology (MIT), o
prestigiado instituto americano onde ele hoje leciona, é um pôster de
Russell, admirado como filósofo, aliado das classes populares e crítico
do papel da elite na reprodução ideológica de seu poder.
Por essa altura, ele passou a apoiar o sionismo, o movimento
religioso e político, originado no século 19, que pregava o
restabelecimento, na Palestina, de um Estado judaico. Mas é preciso ver
que na época, antes da fundação do Estado de Israel, em 1948, ser
sionista era ser de esquerda. Os sionistas de então acreditavam que o
novo país seria uma sociedade solidária, com matizes socialistas que se
configuraram nos kibutzim, colônias de produção coletiva e cooperação
entre os palestinos e os judeus. Alguns anos mais tarde, quando começou a
namorar sua futura esposa, Carol Schatz, enfrentou uma escolha difícil:
seguir a carreira acadêmica ou migrar para Israel? Mas a maior
aproximação com Israel foram algumas semanas passadas em um kibutz, em
1953.
Anos depois, sua posição sobre Israel foi tomada como anti-sionista.
Mas foi a palavra que mudou de sentido. A partir da ocupação de
territórios palestinos e árabes por Israel, ser sionista passou a
significar apoio à política expansionista e antiárabe do Estado de
Israel.
Na universidade, caminhou entre a filosofia e a lingüística,
sem nunca perder de vista o debate e a prática da esquerda libertária
não-comunista. Aprendeu árabe. Em 1947, quando estava decidindo sua
especialidade, encontrou Zellig Harris, lingüista e pensador judeu
americano que foi para ele um parâmetro moral, político e científico.
Harris, também sionista, era estruturalista, e Chomsky aprendeu muito
com ele. O suficiente para superá-lo.
Descobertas renovadas
Sua entrada para o MIT ocorreu em 1955. Universidade tecnológica com
pouca tradição em humanidades e, por isso mesmo, livre da burocracia e
da ciumeira tradicionais nas ciências humanas, o instituto não se
importou com o fato de Chomsky ter uma formação híbrida de matemática, psicologia, filosofia e lingüística.
Ele vai trabalhar numa atividade de que discordava, o desenvolvimento
de uma máquina de tradução, para decodificar comunicações cifradas, na
Guerra Fria.
A pesquisa tinha patrocínio de nada menos que o Exército, a Marinha e
a Aeronáutica americanas, mais a Nasa, a agência espacial. Para um
esquerdista, era uma saia justa ideológica, que ele desvestiu com
elegância: ao publicar o hoje clássico Aspectos da Teoria da Sintaxe, em
1957, o primeiro produzido no MIT, ele cita seus financiadores e
declara que é permitida a reprodução daquele trabalho para “qualquer
finalidade do governo dos Estados Unidos”.
A relação de Chomsky com governos nunca foi tranqüila. Ele rejeita
sistematicamente convites oficiais, mesmo vindos de governos de
esquerda. Ao Brasil, ele veio este ano, quando o Fórum Social Mundial o
convidou – mas aí eram organizações não-governamentais.
No MIT, Chomsky desenvolveu uma crítica ao estruturalismo. Essa
corrente concebia a linguagem como algo que se aprendia por imitação.
Era uma teoria behaviorista, baseada na crença de que, em última
instância, o ser humano não tem nada de inato, tudo é aprendido por
adestramento. O maior formulador dessa teoria foi o psicólogo americano
B.F. Skinner (1904-1990), famoso pela descrição de mecanismos de
controle das ações humanas por estímulo e resposta.
Chomsky tem coceiras na alma quando ouve falar de adestramento, dada
sua crença na criatividade humana. Em sua concepção, a linguagem é uma
capacidade humana natural, inscrita no DNA. É a tese que defende em
vários artigos e livros hoje clássicos, como Lingüística
Cartesiana, em que toma o mote do racionalista francês René Descartes
(1595-1650) sobre tal questão. Dizia Descartes: se uma criança for
criada entre lobos, ela não desenvolverá a linguagem. Mas, se voltar ao
convívio humano, tudo volta ao que deveria ser, e ela aprende a falar.
Já um macaco, mesmo que seja criado apenas entre humanos, jamais
desenvolverá a linguagem, que nele não é inata.
Pode parecer pouco, mas essa posição é revolucionária, ainda que
recupere pensadores racionalistas e iluministas. Ao criticar Skinner,
Chomsky estava não apenas discutindo lingüística,
mas atacando a convergência entre o ponto de vista científico e o
desejo de domínio das classes dominantes sobre as pessoas. Mais ainda,
Chomsky estava mudando radicalmente a localização do objeto de estudo da
lingüística:
enquanto para os estruturalistas a língua era algo externo ao homem,
para ele o foco era a capacidade inata da linguagem, porque ali, dentro
de todos e de cada um, está um tesouro, que é preciso estudar. (Essa
capacidade que faz você, leitor, entender esta frase que está lendo
agora, frase que nunca tinha lido antes mas que faz sentido – esta
capacidade é o objeto da lingüística chomskyana.)
Chomsky também diverge do empirismo dos estruturalistas. Para eles, a
tarefa do lingüista consiste em descrever as línguas tal como se
apresentam, na fala das pessoas ou nos textos. Para Chomsky, esse
caminho positivista é um beco sem saída, ou melhor, um caminho sem fim:
cada época, cada região e mesmo cada indivíduo sempre modificam um pouco
a língua, de maneira que o trabalho seria uma catalogação infinita.
Começou a falar alto a parte matemática de sua formação.
Chomsky postulou que se pode descrever algebricamente as línguas – ou
melhor, a língua humana –, a partir de esquemas abstratos e não de
dados colhidos em cada situação. Saiu da visão indutiva e passou à
dedução: em vez de procurar as particularidades de cada língua, ele
cogitou que, sendo manifestações de uma condição inata, as línguas devem
guardar características universais, marcas de sua origem comum no
cérebro humano.
Para descrever o processo cerebral que dava origem às frases, Chomsky
postulou a tese de que a linguagem humana ocorre em dois níveis: uma
estrutura profunda, na qual o raciocínio ocorreria sem o uso de palavras
(mais propriamente, essa estrutura corresponderia ao que hoje
concebemos como um software), e uma estrutura superficial, que são as
frases que dizemos, pensamos e escrevemos. Entre os dois níveis haveria
um conjunto de transformações, que o lingüista deveria descrever.
Um exemplo clássico. Tome duas frases: “João comprou o caderno” e “O
caderno foi comprado por João”. Para um estruturalista, que só trabalha
com a língua manifestada, observável diretamente, elas são muito
diferentes. Já para Chomsky as duas frases seriam, apesar das diferenças
óbvias, muito próximas, porque dizem a mesma coisa, descrevem a mesma
ação, mudando a ênfase – a primeira começa a frase pelo agente da ação,
enquanto a segunda inicia com o objeto (as formas ativa e passiva). Ou
seja: na estrutura profunda, as duas frases seriam uma só. As
transformações entre um estágio e outro é que seriam objeto do
lingüista.
Vêm daí as nomenclaturas originais de sua teoria: ele queria
descrever uma gramática (no sentido de conjunto de regras de
funcionamento da língua) que fosse gerativa (capaz de gerar, no sentido
matemático, todas as frases possíveis a partir de um conjunto limitado
de regras e elementos) e transformacional (que descrevesse as regras de
transformação entre as duas estruturas).
Militância política
A política sempre esteve presente na vida de Chomsky. Desde o jornal
da escola, depois na vivência nas ruas da Nova York da Segunda Guerra,
no debate sionista, na aproximação com grupos anarquistas. Sua atuação
hoje é desdobramento da velha militância, marcada pelo anarquismo, pela
perspectiva libertária, pelo racionalismo iluminista.
Na primeira contribuição relevante à prestigiosa revista The New York
Review of Books, em 1967, ele escreveu um longo artigo, A
Responsabilidade dos Intelectuais. Nele, Chomsky lembra que, 20 anos
antes, lera um texto decisivo em sua formação, de Dwight MacDonald
(1906-1982), jornalista de esquerda que formulava perguntas como: “Até
que ponto os britânicos e americanos somos responsáveis pelos
aterrorizantes bombardeios sobre civis, executados como uma simples
técnica por nossas democracias ocidentais culminando em Hiroshima e
Nagasaki, certamente um dos mais indizíveis crimes da história?”
Foi com essa inspiração que Chomsky construiu o que, para ele, era a
tarefa central dos intelectuais: “Os intelectuais têm condições de
denunciar as mentiras dos governos e de analisar suas ações, suas causas
e suas intenções escondidas. É responsabilidade dos intelectuais dizer a
verdade e denunciar as mentiras”. Era o ano de 1967, e os Estados
Unidos estavam em guerra com o Vietnã.
Politicamente, Chomsky se define como anarquista. Mas ele tem uma
visão própria do termo. Para ele, anarquismo é a convicção de que a
obrigação de se explicar é sempre da autoridade, e que esta deve ser
destituída caso não consiga fazê-lo. Trata-se de posição não ortodoxa,
não partidária e certamente anticomunista, mas pela esquerda.
Para ele, capitalismo é um mercantilismo corporativo, controlado por
empresas ajustadas com governos, que sempre intervêm a favor do capital,
apesar da fantasia do livre mercado (inexistente, diz ele, nos Estados
Unidos e em toda parte), e que exercem controle sobre a economia, a
política, a sociedade e a cultura. Seu inimigo é o poder do capital e do
Estado. Para ele, os indivíduos é que devem ser a medida das coisas.
Eremita solitário
A posição filosófica de Chomsky, em princípio, não tem relação com
sua atividade científica, voltada para a busca do caráter universal da
linguagem humana a partir de uma abordagem algébrica. Mesmo a semântica
não importa. Sua famosa frase “Colorless green ideas sleep furiously”
(“Idéias incolores verdes dormem furiosamente”, em português) representa
a tese de que qualquer falante reconhece frases mesmo que sem sentido, o
que seria uma prova da qualidade inata da linguagem. O Chomsky
militante tem interesse no mundo social, ao passo que o cientista
não quer saber dele diretamente. Só muito abstratamente, como ele
costuma dizer, os dois universos se encontram. Um desses pontos de
contato é o Iluminismo – a procura de universais, sejam eles
lingüísticos ou republicanos. Outro é a fé na razão, que pode ser a
razão filosófica ou a razão do bom senso. Ou o cosmopolitismo, tanto na
aceitação da validade de qualquer língua humana quando na compreensão do
valor de cada indivíduo.
Seus esforços em decifrar a linguagem humana são, por outro lado,
semelhantes aos que dispende na denúncia do que lhe parece errado. Em
1967, ele escreveu: “A fraude e a distorção que cercam a invasão
americana no Vietnã estão, agora, tão domesticadas que perderam seu
poder de chocar. É portanto útil recordá-las, embora estejamos atingindo
novos níveis de cinismo a toda hora e os evidentes motivos desse horror
estejam sendo aceitos, com silenciosa cumplicidade, em nossos lares”.
Se trocarmos Vietnã por Iraque, temos aí o texto que Noam Chomsky pode
estar escrevendo neste exato momento.
Conferenciando para centenas de jovens na Austrália, metendo o bedelho nas crises do Oriente Médio ou escrevendo um artigo de lingüística,
aí está Avram Noam Chomsky, temperamento eremita, que preferiria ficar
quieto em seu canto, mas vive militando pelo mundo, denunciando o poder e
espalhando solidariedade.
As frases que ilustram a reportagem foram extraídas de livros e entrevistas de Noam Chomsky. Colaborou Pedro de Moraes Garcez.
Para saber mais
PRINCIPAIS TRABALHOS NA ÁREA DA LINGÜÍSTICA
Aspectos da Teoria da Sintaxe, Armênio Amado, Portugal, 1995O Conhecimento da Língua: Sua Natureza, Origem e Uso, Caminho, Portugal, 1994
O Programa Minimalista, Caminho, Portugal, 1999
ALGUNS TÍTULOS PUBLICADOS NO BRASIL DA ÁREA DA CRÍTICA SOCIAL E POLÍTICA
Novas e Velhas Ordens Mundiais, Scitta, São Paulo, 1996Segredos, Mentiras e Democracia, Editora Universidade de Brasília, Brasília, 1997
O Que o Tio Sam Realmente Quer, Editora Universidade de Brasília, Brasília, 1999
A Minoria Próspera e a Multidão Inquieta, Editora da Universidade de Brasília, Brasília, 1997
O Lucro ou as Pessoas? Neoliberalismo e Ordem Global, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 2002
Banhos de Sangue, Noam Chomsky e Edward Herman, Difel, São Paulo, 1976
A Sociedade Global - Educação, Mercado e Democracia, Noam Chomsky e Heinz Dieterich, Editora da FURB, Blumenau, 1999
Propaganda e Consciência Popular, Noam Chomsky e David Barsamian, EDUSC, São Paulo, 2003
SOBRE CHOMSKY
O Instinto da Linguagem: Como a Mente Cria a Linguagem, Steven Pinker, Martins Fontes, São Paulo, 2002Noam Chomsky: A Life of Dissent, Robert F. Barsky, MIT Press, Estados Unidos, 1997
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